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Nem câmeras, grades e cães garantem segurança, reclama comércio no Centro

Lojistas da Rua José Antônio protestam com panos pretos e denunciam onda de furtos e descaso

Por Gabi Cenciarelli e Clara Farias | 05/09/2025 15:48
Nem câmeras, grades e cães garantem segurança, reclama comércio no Centro
Arnaldo Taira, proprietário de um comércio na região (Foto: Osmar Veiga)

Com panos pretos nas fachadas e sensação de abandono, comerciantes da Rua José Antônio, no Centro de Campo Grande, realizaram um protesto na tarde desta sexta-feira (5) contra a onda de furtos e a falta de segurança. O ato aconteceu no trecho entre as avenidas Afonso Pena e 15 de Novembro, onde praticamente todos os lojistas afirmam ter sido vítimas de crimes nos últimos meses.

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Comerciantes da Rua José Antônio, no Centro de Campo Grande, protestaram contra a insegurança na região. Os lojistas cobriram as fachadas das lojas com panos pretos em protesto contra os constantes furtos de fios elétricos, aparelhos de ar-condicionado e outros itens. A mobilização tem apoio da CDL Campo Grande, que cobra mais segurança, infraestrutura e respeito na área central. Os comerciantes relatam prejuízos frequentes e a necessidade de investir em medidas de segurança, como grades, cercas elétricas e câmeras. Um empresário local descreveu a situação como uma luta constante para se proteger dos criminosos, tendo que reforçar a segurança do estabelecimento após cada incidente. A falta de ação efetiva das autoridades após os registros de ocorrência aumenta a frustração dos lojistas, que se sentem desamparados diante da onda de crimes. Os panos pretos, segundo eles, simbolizam a revolta e o descaso com a região central da cidade.

Os furtos mais comuns são de fios elétricos e aparelhos de ar-condicionado, mas os relatos incluem até mangueiras de irrigação. A mobilização tem apoio da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Campo Grande, que reforça a cobrança por segurança, infraestrutura e respeito na região central.

No ponto há 12 anos, o empresário Arnaldo Taira, dono de um restaurante de sushi, resume dizendo que precisou se adaptar nos últimos cinco anos para “vencer os bandidos”. Depois de sucessivas invasões, transformou o escritório em uma espécie de fortaleza: instalou grades em portas, janelas, teto e até entre o forro e o telhado, além de cercas elétricas, câmeras de monitoramento e um pastor alemão para vigiar o espaço onde fica o cofre.

Nem câmeras, grades e cães garantem segurança, reclama comércio no Centro
Panos pretos em frente a lojas, em sinal de protesto (Foto: Osmar Veiga)

“Já invadiram três vezes. Uma vez, o ladrão pulou pelo terreno baldio dos fundos e colocamos grade, cerca elétrica e a cachorra. Já tentaram entrar pelo teto também. É como se cada ataque obrigasse a gente a se reinventar para tentar sobreviver”, contou.

Segundo ele, a criminalidade se mistura ao cotidiano: “Praticamente todos os dias, usuários de drogas ficam aqui na frente. No fim de semana, entrei para regar as plantas e, quando voltei, tinham furtado até a mangueira que eu estava usando. Uma vez, levaram três aparelhos de ar-condicionado e toda a fiação pelo telhado da vizinha. O seguro não cobria esse tipo de furto; tivemos de gastar ainda mais para atualizar. Hoje, a realidade do comércio é outra, muito mais cara e difícil do que há cinco anos.”

Na loja de roupas infantis ao lado, a empresária Adria Deiss também acumula prejuízos. Na semana passada, teve a fiação furtada e ficou dois dias sem poder vender. “A questão não é só o fio, é o impacto. Foram dois dias de portas abertas, mas sem poder vender para clientes de fora, porque o sistema não funcionava. Só o conserto estrutural custou R$ 2 mil. Da última vez, entraram pelo telhado e até carpete levaram.”

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Adria mostrando local onde fios foram furtados (Foto: Osmar Veiga)

A mãe dela, Nueli, também comerciante na mesma quadra, lembra que já teve móveis e artesanato levados, além de fiação e até cadeiras da garagem. A frustração é a mesma: “Não adianta a gente fechar, ligar para a polícia ou registrar ocorrência, porque não resolve nada. Ninguém faz nada.”

Reunidos, os lojistas reforçam que os panos pretos não simbolizam luto, mas a revolta diante do descaso com a região central.

Busca por ajuda - Nos últimos meses, os lojistas do centro têm buscado respostas em encontros com autoridades públicas. Um exemplo recente foi a reunião realizada em 17 de junho durante o evento “SOS Centro”, organizado pela ACICG, que contou com a presença de representantes da Polícia Militar, Polícia Civil, Prefeitura, OAB e do delegado da 1ª Delegacia. Na ocasião, os comerciantes reclamaram da crescente presença de pessoas em situação de rua, do uso de drogas e dos furtos frequentes, e ouviram promessas de mais policiamento.

O protesto acontece no mesmo dia em que a Prefeitura inaugurou o programa “Ronda Segura”. A iniciativa prevê intensificação das rondas da Guarda Civil Metropolitana, com cerca de 12 viaturas e 30 guardas, priorizando pontos vulneráveis indicados pelos próprios empresários em um cadastro municipal. O secretário de Segurança, Anderson Gonzaga, informou que já há um cronograma de operações , inclusive de madrugada, para combater furtos e roubos no Centro. A medida surge em meio a sucessivas reclamações e ao alerta feito em reunião citada, quando autoridades chegaram a falar em risco de “colapso” diante da quantidade de pessoas em situação de rua na região central.

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