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Capital

No Centro, caminhões de carga travam o trânsito, reclamam motoristas

Liniker Ribeiro e Cristiano Arruda | 02/08/2021 15:17
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

“O trânsito não flui”. É assim que motoristas que dependem da Avenida Afonso Pena classificam a dificuldade de transitar pela região em horários de pico. Além do fluxo intenso, a disputa de espaço com caminhões de carga e descarga de mercadorias tem provocado transtornos ainda maiores. A situação, inclusive, levanta o questionamento: quais são as regras para entregas, na área central, principalmente, durante o expediente comercial?

Com proibições em vigor, ou não, registros de caminhões descarregando nas proximidades do Camelódromo e em comércios na região central, são fáceis de conseguir. Só esta semana, a situação foi flagrada em dois dias seguidos em locais diferentes.

Na manhã desta quinta-feira (29), além de flagrar dois caminhões estacionados no trecho da avenida próximo à Avenida Calógeras, a reportagem registrou que, após serem retiradas dos veículos, as mercadorias são colocadas no chão, diminuem também o espaço para pedestres.

Além de afetar o trânsito, descarga de mercadorias também atrapalha pedestres. (Foto: Marcos Maluf)
Além de afetar o trânsito, descarga de mercadorias também atrapalha pedestres. (Foto: Marcos Maluf)

Para o paisagista Adriano de Oliveira Marques, de 47 anos, para evitar esses transtornos, proibições deveriam ser severas. “Caminhão deveria descarregar durante a madrugada e não no horário de pico. Esse horário é horrível passar aqui, o trânsito não flui, você sempre encontra um caminhão parado descarregando e atrapalhando o trânsito”, ressalta.

Ele também lembra que a própria demanda da avenida já é suficiente para provocar demora. “Aqui tem ônibus no meio da pista, pedestre tentando atravessar, ou seja, isso aqui fica uma loucura", argumenta.

E o Adriano não é o único a reclamar. O Campo Grande News recebeu denúncias de motoristas que passam pelo trecho da Avenida Afonso Pena, perto do Camelódromo, relatando que caminhões são sempre vistos estacionados, na região, em horários de maior movimento.

Quem trabalha nas proximidades confirma o problema. Loriene Rios, de 30 anos, por exemplo, é empresária na região e, segundo ela, o horário de pico é considerado "tenebroso". "Acidente tem quase todos os dias aqui. Aqui sempre tem caminhão parado e carros buzinando", conta.

Caminhões estacionados no Centro, descarregando mercadorias; um deles de grande porte. (Foto: Marcos Maluf)
Caminhões estacionados no Centro, descarregando mercadorias; um deles de grande porte. (Foto: Marcos Maluf)

O fisioterapeuta Anderson Gamarra, de 41 anos, que passa todos os dias pelo local, também reclama. "Eu não sei se é problema de cultura, as pessoas parecem que estão no interior, não seguem o ritmo do trânsito. Aqui na região central, ao meu ver, faltam radares, fiscalização, principalmente, nesse horário. Às vezes, eu levo até uma hora para me descolar passando pela Afonso Pena", afirmou. “Descarga de produtos para as lojas deveria ser proibida nesse horário, se é que é permitido”.

Caminhão e Vam descarregavam carga na Av. Calógeras e não estavam com o pisca alerta ligado. (Foto: Direto das Ruas)
Caminhão e Vam descarregavam carga na Av. Calógeras e não estavam com o pisca alerta ligado. (Foto: Direto das Ruas)

Em outra região do centro da Capital, também é possível ver caminhão e van descarregando mercadorias em um mercado. No local, não está especificado ou informado que o espaço é próprio para realizar esse tipo de atividade.

Para solucionar dúvidas dos motoristas e trabalhadores entrevistados, a reportagem procurou a Agetran (Agência Municipal de Trânsito), para questionar sobre as permissões envolvendo caminhões e o serviço de carga e descarga.

De acordo com Dalila Bonfin, Chefe de divisão da Agetran, existe uma Lei Municipal nº11.178, de 20 de abril de 2010, sancionada em 2010, que decreta que alguns trechos da região central possam receber carga e descarga de segunda a sexta-feira:

a) Veículos leves, horário livre -  até uma tonelada

b) Veículo Urbano de Carga - até 5,1 tonelada, das 20h às 10h

c) Veículo transportador de bebidas até 12 toneladas, das 20h às 09h

d) Veículo de Carga Leve - 12,5 toneladas, das 20h às 9h

e) Veículo transportador der caçamba até 16 toneladas, das 20h às 6h30 e

f) Veículo pesado até 18 toneladas das 20h às 6h.

Durante os sábados, os veículos dos itens b, c, d e e podem carregar e descarregar, a partir das 14h. Aos domingos e feriados, independente do horário, será liberado a todos os veículos.

Ainda conforme o decreto, todos os horários terão tolerância de 30 minutos, além disso, o veículo não pode invadir a pista de rolamento junto a calçada. É necessário que o pisca alerta ainda fique ligado durante toda a operação no local.

O flagrante realizando na manhã desta sexta-feira (30), mostra que os veículos estacionados na Avenida Calógeras, que estavam realizando descarga, não estavam com o pisca alerta ligado.

Ainda segundo a Chefe de divisão da Agetran, que for pego infringindo qualquer item do decreto, poderá sofrer penalidades como:

- Motorista de caminhão: Quatro pontos na carteira e multa de R$ 130,16.

- Motoristas de veículos leves que param em local de carga e descarga, mesmo que seja rápido e com o pisca ligado, a multa será de R$ 195,26, além de cinco pontos na carteira.

A Agetran ainda afirma que existem equipes com escalas fixas nas ruas justamente para coibir esses tipos de infrações e que, caso alguém flagre situações como essas, pode denunciar pelo telefone 156.

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