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Capital

No José Abrão, comunidade é mais que endereço: é laço, presença e apoio

União entre moradores, comerciantes e lideranças transforma o bairro em uma rede ativa de apoio humano

Por José Cruz | 23/12/2025 14:50
No José Abrão, comunidade é mais que endereço: é laço, presença e apoio
A convivência também floresce nos momentos de alegria. Aniversários de moradores conhecidos viram festas coletivas.

No Conjunto Residencial José Abrão, na região oeste de Campo Grande, a palavra vizinho ganhou um significado raro nos dias de hoje. Ali, ela não se limita ao portão ao lado ou ao cumprimento apressado na calçada. Vizinho é quem chega junto, quem escuta, quem ajuda — sobretudo quando a vida aperta.

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O Conjunto Residencial José Abrão, localizado na região oeste de Campo Grande, destaca-se como exemplo de convivência comunitária. Com 814 casas e aproximadamente 4 mil moradores, o bairro construiu ao longo de seus 40 anos uma rede de solidariedade que vai além das relações convencionais de vizinhança.A comunidade se mobiliza especialmente em questões de saúde, com moradores e comerciantes locais oferecendo suporte mútuo. O bairro também mantém uma escolinha de futebol gratuita para jovens e promove eventos comunitários, demonstrando que a união dos moradores resulta em melhorias efetivas na qualidade de vida local.

Localizado em frente à UEMS, o bairro é hoje um dos retratos mais bonitos de convivência comunitária da Capital. Com 814 casas, cerca de 4 mil moradores e mais de 40 anos de história, o José Abrão aprendeu, ao longo do tempo, que união não é discurso: é prática diária. Quando uma família enfrenta dificuldades, especialmente na área da saúde, o bairro se mobiliza. Recentemente, um tratamento médico de alto custo só se tornou possível graças à solidariedade de um empresário da região, acionado pela própria comunidade.

Não é exceção, é rotina. Transporte em situações de emergência, orientação, intermediação para resolver problemas do dia a dia — tudo isso faz parte de uma rede silenciosa de apoio que envolve a Associação de Moradores, comerciantes locais e moradores anônimos, que não pensam duas vezes antes de estender a mão.

Cercado por instituições como a UEMS, o Clube do Sesi, o Tênis Clube e o Sinpol, o José Abrão tem uma característica rara: não possui outros bairros colados ao seu redor. Talvez por isso tenha desenvolvido uma identidade tão própria, quase como uma pequena cidade onde todo mundo se conhece — e se cuida.

A convivência também floresce nos momentos de alegria. Aniversários de moradores conhecidos viram festas coletivas. No último domingo (21), foi assim no aniversário do ex-vereador Francisco Luiz Nascimento, o popular Saci. Teve campeonato de futebol, churrasco comunitário e muitas histórias compartilhadas. Saci é uma das lideranças históricas do bairro, presença constante na luta por melhorias e no fortalecimento dos laços entre os moradores.

Outra figura muito respeitada é Luiz Carlos Rodrigues de Souza, o Cabelo, servidor do Detran-MS. Ele faz questão de destacar o papel dos comerciantes locais nessa engrenagem solidária. “Sempre que surge uma necessidade especial, principalmente na área da saúde, o grupo se mobiliza e corre atrás”, conta. Entre os parceiros de todas as horas estão Gelson Cavalo, do Altas Horas; Zezão, do Bar dos Amigos; e o pessoal do Trailer da Sol.

O cuidado com o coletivo também se revela no lazer e na formação das crianças. A praça do bairro, bem arborizada, abriga um campo de futebol com gramado impecável, onde funciona uma escolinha gratuita para crianças e adolescentes. Segundo Saci, mais de duas mil crianças já passaram pelo projeto ao longo de oito anos — um verdadeiro celeiro de sonhos, disciplina e esperança.

Para o presidente da Associação de Moradores, Alex Lourenço, essa união tem reflexos diretos na qualidade de vida. “Quando a comunidade é forte e organizada, o poder público também responde melhor”, resume. Saúde, educação e infraestrutura são conquistas que caminham junto com a participação dos moradores.

No José Abrão, não existe apenas um conjunto de casas. Existe uma rede viva de cuidado. Um lugar onde ninguém caminha sozinho, onde a dor de um é sentida por todos e onde a alegria se multiplica quando é compartilhada. Em tempos de pressa, individualismo e muros cada vez mais altos, o bairro ensina, com simplicidade e grandeza, que comunidade não é só endereço — é atitude. É amor em movimento. É humanidade em estado puro.