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Capital

Obras paradas criam ambiente para mosquito e são risco para a população

Alan Diógenes | 20/12/2015 08:34
Materiais de construção civil em obras paradas podem servir como locais para proliferação do Aedes aegypti. (Foto: Gerson Walber)
Materiais de construção civil em obras paradas podem servir como locais para proliferação do Aedes aegypti. (Foto: Gerson Walber)
Construção do Hospital do Trauma também é motivo de preocupação no centro da Capital. (Foto: Gerson Walber)
Construção do Hospital do Trauma também é motivo de preocupação no centro da Capital. (Foto: Gerson Walber)
Lixo e sujeira pode ser encontrado no prédio abandonado do Centro de Belas Artes, na Ernesto Geisel. (Foto: Gerson Walber)
Lixo e sujeira pode ser encontrado no prédio abandonado do Centro de Belas Artes, na Ernesto Geisel. (Foto: Gerson Walber)

Obras paradas em Campo Grande se tornaram motivo de preocupação aos moradores que temem a proliferação do mosquito Aedes aegypti transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus. A água das chuvas se acumula em estruturas inacabadas e materiais de construção e acaba se tornando uma armadilha para a população, já que forma o ambiente ideal para a reprodução do mosquito.

No Jardim Noroeste, por exemplo, a construção de um Ceinf (Centro de Educação Infantil) localizada na Rua Adventista de Almeida, está abandonada há três anos, segundo o pedreiro Félix da Silva, 23. “Estamos todos preocupados porque é perigoso ter o mosquito da dengue lá dentro. Desde quando moro aqui, nunca vi ninguém entrando para limpar”, comentou.

Ainda percorrendo o bairro é possível encontrar mais uma obra parada. Desta vez na Rua Indianópolis, onde fica uma área de lazer inacabada. “A prefeitura vive nos cobrando para limparmos nossos quintais, mas deixar de fazer a parte dela”, diz o pedreiro Gedean Batista dos Santos, 26.

A grande quantidade de terrenos baldios tomados pelo mato na região também é outra preocupação dos moradores. “Os proprietários dos terrenos deveriam ser multados. Estou preocupado porque agora o mosquito transmite mais de uma doença”, mencionou o armador Marcelo Marciel, 20.

A gente de saúde Érica de Souza Barretos, 23, disse que devido a alta incidência do mosquito Aedes aegypti na região, um mutirão da prefeitura está sendo realizado. Mas, os agentes só entram nas obras paradas quando tem um responsável pela segurança no local. "Quando não encontramos ninguém anotamos o endereço para voltar em outra ocasião. É a mesma forma que fazemos quando encontramos um imóvel fechado”, explicou.

Construção de Ceinf no Jardim Noroeste não passa por vistoria há 3 anos, segundo moradores. (Foto: Gerson Walber)
Construção de Ceinf no Jardim Noroeste não passa por vistoria há 3 anos, segundo moradores. (Foto: Gerson Walber)
Prédio na Eduardo Elias Zahran ameaça saúde de alunos de escola ao lado. (Foto: Gerson Walber)
Prédio na Eduardo Elias Zahran ameaça saúde de alunos de escola ao lado. (Foto: Gerson Walber)
Água fica acumulada em meio a sujeira em prédio abandonado. (Foto: Gerson Walber)
Água fica acumulada em meio a sujeira em prédio abandonado. (Foto: Gerson Walber)

A obra de construção do Hospital do Trauma, ao lado da Santa Casa na Capital, também é motivo de "dor de cabeça" para a população, já que a área central também é considerada região com maior incidência do Aedes aegypti. “Primeiro que a paralisação da obra é uma vergonha. Sem contar que o prédio é grande e com certeza deve ter água acumulada aí dentro. Um perigo para a sociedade”, afirmou a cozinheira Maria Luiza, 50.

A construção do Centro de Belas Artes, na Avenida Ernesto Geisel, também é uma obra parada há anos que preocupa. Bastante frequentado por usuários de drogas e moradores de rua, o prédio está tomado por recipientes que acumulam água como: garrafas, copos descartáveis e latas de alumínio.

Situação semelhante pode ser encontrada em um prédio abandonado entre a Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) e a Escola Estadual Hércules Maymone. Neste caso, o prédio é particular, mas também representa uma ameaça para a população.

Para a dona de casa Maria de Lourdes, 59, a solução para o problema é a prefeitura colocar uma equipe específica para fazer a limpeza das obras paradas. “Alguma coisa tem que ser feita, porque eu já peguei dengue uma vez e foi péssimo. O corpo dói e tive febre alta, é horrível”, finalizou.

De acordo com a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde, o secretário Ivandro Fonseca, informou que existe uma determinação do prefeito Alcides Bernal (PP) para que todas as secretarias se empenhem na limpeza das obras públicas. Segundo ele, uma equipe de controle de endemias está fazendo vistorias nos locais e recolhendo objetos que possam servir como local de reprodução do Aedes aegypti, além de retirar a água acumulada.

Agentes de saúde correm contra o tempo para acabar com a epidemia de dengue na Capital. (Foto: Gerson Walber)
Agentes de saúde correm contra o tempo para acabar com a epidemia de dengue na Capital. (Foto: Gerson Walber)
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