Olarte reduz carga-horária e impede nova greve de servidores municipais

Após cogitarem paralisar as atividades devido a crise financeira que enfrenta a Prefeitura de Campo Grande, os servidores municipais voltaram atrás e desistiram da greve. A decisão foi tomada em conjunto com cerca de 30 trabalhadores, na noite desta quinta-feira (7), na sede do Sisem (Sindicato dos Servidores e Funcionários Municipais), no Bairro Monte Líbano, na Capital.
Conforme o presidente do Sisem, Marcos Tabosa, o prefeito Gilmar Olarte (PP) prometeu reduzir a carga horária de algumas categorias, não reveladas, de 40h para 30h, ou seja, estes servidores irão trabalhar 6h por dia e não mais 8h. “Ele falou que vai regulamentar tudo isso através de decreto que deve sair nos próximos dias no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande)”, explicou.
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Segundo Tabosa, Gilmar Olarte afirmou ainda que vai beneficiar alguns servidores como: agentes comunitários, agentes de endemias e funcionários de Ceinfs (Centros de Educação Infantil) com bolsa alimentação. O benefício adicional Pró-Funcionário também deve passar por ajustes. “Foram as propostas apresentadas, e nesta reunião os servidores aceitaram a decisão”, comentou.
A informação foi repassada pela comissão formada pelo prefeito para acompanhar as negociações. Fazem parte dela o secretário municipal de Planejamento, Finanças e Controle, André Scaff e o adjunto Ivan Jorge, e o secretário de Administração, Wilson do Prado.
Apesar do acordo, o sindicato pretende ainda entrar com uma ação judicial no dia 4 de julho deste ano para obter reposição “inflacionária” nos salaários, de acordo com Tabosa.
Crise - O secretário de Governo e Relações Institucionais, Rodrigo Pimentel, disse anteriormente ao Campo Grande News, que o problema financeiro é resultado de várias ações. Ele citou corte no repasse do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de 25% para 21%, de 2012 a 2014. “Cada 1% representa quase R$ 5 milhões”, revelou.
O secretário informou ainda que Campo Grande não seguiu, na gestão do ex-prefeito Alcides Bernal (PP), média histórica e deixou de arrecadar cerca de R$ 450 milhões em um ano. “A média histórica era de crescimento de 18% da arrecadação, mas, em 2013, no governo de Bernal, o crescimento foi de apenas 3%”, explicou.
Além disso, Pimentel disse que, nos três primeiros meses do ano, o repasse dos recursos federais baixou entre 30% a 40%. “Fora isso, a gestão assumiu uma série de reajuste salariais, só aos professores o aumento foi de 24%”, acrescentou.