Pacientes enfrentam horas de espera para retirar medicamentos na Casa da Saúde
De acordo com a SES, com a proximidade do fim do ano, houve um aumento de 25% na demanda da unidade
Quem precisou ir até a Casa da Saúde, na manhã desta quarta-feira (22), precisou de muita paciência, pois enfrentou uma longa espera por atendimento para a retirada de medicamentos. Com a recepção lotada, pessoas aguardavam atendimento fora do espaço, localizado na antiga Escola Riachuelo, no Bairro Cabreúva. Em pleno horário de almoço, dezenas de pessoas aguardavam no saguão.
A aposentada Maria Agnelo Santana, 65 anos, chegou ao local às 8h e aguardou até às 12h30 para conseguir atendimento e receber o medicamento. “Venho todo mês buscar remédio, mas hoje, tinha apenas uma atendente para tudo isso de gente. Ou a gente espera o tempo que for necessário ou temos que comprar, mas é muito caro”, reclamou a moradora.
A administradora Cristina Secco, 50 anos, relata que a quantidade de pessoas está a mesma de meses anteriores, porém o número de servidores no atendimento diminuiu. “Estou aqui desde às 9h e sabe Deus a hora que vou ser atendida. Venho aqui mensalmente há mais de dois anos e sempre é lotado, mas nunca o descaso foi tão grande como hoje, com apenas um atendente para dar conta de todas as pessoas. Perguntamos o motivo da demora e falaram apenas que não tem o que ser feito, além de aguardar”, conta a paciente.
“Cheguei aqui de manhã para pegar uma senha, mas não dava pra ficar, estava muito lotado. Agora, vim após o almoço, mas continua lotado. Geralmente, são cinco atendentes e hoje, pelo que vimos, tem apenas um. Só para conseguir senha, tive que esperar uma hora e meia. Hoje está absurdo”, se queixa Iara Vidal, 36 anos.

Acostumada a uma espera de até duas horas em dias considerados normais na Casa de Saúde, desta vez, a paciente Simone Diniz, 49 anos, precisou esperar 5 horas para assinar um laudo médico na unidade. “Eu tenho pressão baixa, aqui está um calor extremo, inclusive, estou passando mal e vou embora. Venho todos os meses e hoje, sem dúvidas, foi o pior dia. Isso tudo apenas para conseguir assinar um laudo”.
A pensionista Helena Martins, 56 anos, acredita que a redução dos funcionários se deve à escala de recesso de fim de ano dos servidores. “Todo mundo está aqui porque precisa dos remédios, ninguém gostaria de estar aqui. Tem pessoas passando mal, com náuseas, sem poder tomar remédios, porque ainda não se alimentou. Eles deveriam organizar melhor a relação de servidores. Imagina se em um hospital todos os enfermeiros tirassem férias, como ficaria?”, questiona.
Aumento na demanda - A SES (Secretaria Estadual de Saúde) alega que com a aproximação das festas de final de ano e período de férias, muitos usuários anteciparam a retirada da medicação na Casa da Saúde. De acordo com a pasta, nos três dias desta semana (20, 21 e 22), houve um aumento de 25% na demanda, atendendo em média 460 pacientes por dia.
Além disso, a Secretaria informou que, desde outubro, as renovações de solicitação de medicamento não são mais realizadas de forma automática, o que requer a conferência minuciosa de documentação, levando mais tempo no atendimento.
Para reduzir o tempo de espera, a pasta adiantou que remanejou servidores administrativos para auxiliar no atendimento aos usuários.