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Capital

Pai diz que desconhecia abandono de irmãos encontrados na rua

Flávia Lima | 30/01/2016 11:10
Crianças foram encontradas sujas e com fome. (Foto: Direto das Ruas)
Crianças foram encontradas sujas e com fome. (Foto: Direto das Ruas)

A conselheira tutelar Giovana Barbosa disse, neste sábado (30), que o pai dos três irmãos encontrados na rua, na manhã de sexta-feira (29), no Bairro Coronel Antonino, em Campo Grande, afirmou desconhecer a situação de abandono dos filhos. Ele procurou o Conselho Tutelar Norte, para onde foram encaminhadas as crianças, um bebê de sete meses e outros dois menores com idades de 2 e 4 anos, e ressaltou às conselheiras que não imaginava que os filhos estava na rua.

No entanto, vizinhos ouvidos pelos conselheiros afirmaram que é comum os pais saírem e deixarem os filhos sozinhos. Segundo Giovana, o pai procurou o Conselho Tutelar e disse que havia saído para trabalhar e deixado as crianças com a mãe.

Ainda conforme informações do pai, a mulher teria ido visitar parentes no Bairro Tijuca e deixado os filhos sozinhos em casa.

Os irmãos acabaram saindo e foram encontrados na rua, próximo a casa, por uma vendedora que preferiu não se identificar. Ela acionou a Polícia Militar, que levou os irmãos para a DPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), que posteriormente os levou para o Conselho Tutelar, já que na residência não havia nenhum responsável.

De acordo com Giovana, a casa estava bagunçada e as crianças sujas, com escoriações leves que, segundo ela, são marcas de tombos. O bebê usava apenas uma fralda e os outros dois maiores, bermudas. Todos estavam descalços e com fome.

Antes de serem levados para o Conselho Tutelar, vizinhos levaram pães para alimentar as crianças, que ficaram apenas duas horas no Conselho Tutelar. "Aqui não temos estrutura para dar banho e alimentação, por isso eles foram levados para unidades de acolhimento infantil da prefeitura", afirma.

Devido às idades, o bebê de sete meses e o irmão de 2 estão na mesma unidade e o mais velho ficou sozinho em outro abrigo para crianças mais velhas. "Eles precisavam urgente de comida e banho, por isso encaminhamos logo para esses locais onde há pessoas capacitadas", explica Giovana.

A conselheira ainda ressalta que, apesar da situação de abandono, os pais ainda não perderam a guarda dos filhos, porém, não podem levá-los para casa. "A perda da guarda envolve um processo longo da Justiça, mas no momento eles podem apenas visitar as crianças", diz.

Quanto a condição emocional dos irmãos, Giovana diz que durante as horas que passaram no Conselho nenhum deles chorou ou chamou pelos pais. "Temos brinquedos e até um bercinho, onde o bebê chegou a dormir", conta.

As crianças ficarão nas unidades de acolhimento até que a Justiça decida pelo destino das três. As autoridades continuam buscando por familiares dos menores para resolver a questão.

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