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Capital

Pais se dizem inseguros, após professor ser absolvido de abuso

Elverson Cardozo | 24/05/2012 14:13
Josias afirma que decisão judicial foi precipitada. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Josias afirma que decisão judicial foi precipitada. (Foto: Rodrigo Pazinato)

A absolvição, por falta de provas, do professor de 46 anos, acusado de abusar sexualmente de um aluno de 11, em 2010, na Escola Municipal José de Souza, no Oliveira III, em Campo Grande, não eliminou, ainda, o clima de insegurança entre os pais.

É que para alguns, a decisão judicial que pôs o professor em liberdade foi, além de inadequada, precipitada. “Nem a própria vítima foi o suficiente para ser prova”? questiona o enfermeiro Josias Alves de Souza, de 38 anos, pai de uma garota de 10 anos que estuda na escola.

Josias afirma ainda que a decisão pode influenciar negativamente outros casos. Mas a situação, avalia, é um reflexo da própria sociedade, que está corrompida. “Não espantou tanto. É o normal que está ficando normal”, disse.

Para a vendedora Irene Benjamim Ferreira, de 42 anos, que hoje estava na frente da escola esperando o filho de 12 anos, o professor é, sim, culpado. “Criança não mente”, resume.

A situação, comenta, abalou a maioria dos pais. Por esse motivo, opina, as busca por provas deveria ser mantida. Mesmo insegura, Irena acredita que, agora, depois do ocorrido, o professor não “será mais capaz” de repetir a situação.

O pedreiro José dos Santos, de 30 anos, avalia a situação de maneira mais cautelosa e diz que só não retirou os filhos de 10,8 e 5 anos da escola porque “conversa muito em casa”.

Mesmo assim, acredita que o professor deveria ficar afastado do cargo por mais tempo. “Repetir não vai repetir”, disse.

Ao deixar filhos para aula na escola "Zezão", pais revelam insegurança. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Ao deixar filhos para aula na escola "Zezão", pais revelam insegurança. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Mas há quem vai na contramão das acusações, mas não quer aparecer. Uma cabeleireira que tem filhos na escola é enfática. Os filhos, de 11 e 9 anos, continuam na escola, mesmo após toda a situação ter vindo à tona. “Eu conhecia ele. É uma pessoa excelente”, disse.

Para a cabeleireira as acusações foram injustas. “Eles só viram um lado da história”, completou.

Outra mãe, dona de casa, compartilha da mesma opinião. “A sociedade condenou e matou antes de ouvir o lado dele”, disse, acrescentando que assim que o professor retornar à escola pretende organizar uma festa.

A diretora da escola informou à reportagem do Campo Grande News que não está autorizada a comentar sobre o assunto. “Só sei que aqui na escola ele não está”, afirmou.

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