Palestinos protestam contra a guerra e recolhem doações a refugiados
Cerca de 20 palestinos e descentes se encontraram na Praça Ary Coelho, na manhã de hoje (2), em um ato para arrecadar doações para refugiados e conscientizar população sobre a guerra entre a Palestina e Israel.
A comunidade palestina em Campo Grande possui cerca de 12 famílias. Entre os descendentes estava o psicólogo Amin Taher Asrieh, 25 anos. Ele contou que o objetivo do ato é divulgar a situação da palestina, abrir um debate sobre a guerra e estimular as doações para os refugiados.“Nossa intenção não estimular ódio a Israel, até porque a maioria lá também é contra a guerra”, comentou Amin.
Um abrigo - UNRWA- para refugiados da guerra foi criado pela ONU (Organizações das Nações Unidas) e atende palestinos no Egito, Síria, Líbano, Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Pelo site da entidade é possível fazer doações que são destinadas diretamente aos refugiados. "Este ato quer também levar ajuda aos palestinos e, assim, estimular as doações por meio do site".
A mãe de Amin, que já havia comprado passagem área antes do início do conflito, embarcou para Cisjordânia na quarta-feira passada. “Como já estava com a passagem, ela embarcou. Ela diz que o clima está tenso, mas por enquanto sem ataques na região". Como na Palestina não há aeroportos, o único caminho é por terra, área controlada por Israel. O psicólogo explicou que há postos de fiscalização entre as cidade, que são próximas umas das outras.
"Minha mãe conseguiu entrar, mas eu, como sou homem e jovem, teria dificuldade, pois achariam que tenho perfil de militante”, revelou.
Também descendentes de palestino, o secretário da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) Jamal Salém se juntou ao ato. “Crianças, velhos e inocentes estão morrendo com a guerra. E eles não tem para onde ir. É como se fosse uma prisão”, concluiu.
Para Amin, a guerra não é justa e poderia terminar se Israel "realmente quisesse". "A palestina apenas se defende dos ataques. Israel tem muito mais poder bélico que a Palestina. A Palestina só está se defendendo. Sabemos que 80% das pessoas que morreram são civis. ”, acrescentou.
"Também não entendo o Hamas (organização islmâmica palestina e que controla a Faixa de Gaza) como um grupo justo, porque se fosse, também não agiriam desta forma, que acaba matando inocentes. E o que Israel está fazendo é desproporcional. Israel tem interesse financeiro em continuar com a guerra e os Estados Unidos também, porque financia, por isso apoia a guerra", desabafou.
De acordo com divulgações internacionais, cerca de 1.600 palestinos já morreram no conflito, enquanto 8.360 pessoas ficaram feridas. Em Israel, 63 pessoas já perderam as vidas, na maioria militares.
Doações – Para doar basta acessar o site www.unrwa.org.br, que é filiado a ONU.