Panfletagem em terminais parece banal, mas traz à tona história de abuso
Ação foi feita em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração de Crianças e Adolescentes

Vidrada nos celulares, a maioria dos passageiros que esperam ônibus nos terminais de Campo Grande tende a deixar passar as mensagens importantes impressas em panfletos distribuídos nesta manhã (16). Das mãos, alguns foram logo parar nas lixeiras e outros ficaram abandonados nos bancos.
RESUMO
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Em Campo Grande, uma campanha de panfletagem em terminais de ônibus alerta para o Maio Amarelo, mês de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. A ação, promovida pela Secretaria de Assistência Social, revelou relatos de abuso e suspeitas entre as passageiras. Uma diarista contou como impediu que o pai abusasse da filha, e uma idosa relatou suspeita de maus-tratos a uma criança. A campanha reforça a importância da denúncia e conscientiza sobre as diferentes formas de violência sexual, como toques, palavras inadequadas e exibição de pornografia. A exploração sexual, que envolve o uso do corpo para obter vantagens financeiras, também foi abordada. Denúncias podem ser feitas pelo Disque 100 ou aos Conselhos Tutelares, cujos contatos foram divulgados na ação.
Os papéis falam de denúncias sobre casos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. A panfletagem foi feita porque 18 de maio é o dia nacional de combate a essas violências, e todas as formas de alerta e orientação são válidas.
A distribuição foi feita por servidores da SAS (Secretaria de Assistência Social) da prefeitura da Capital e a reportagem, que estava lá para conferir o efeito da ação, se deparou rapidamente com um relato sobre abuso e outro sobre suspeita.
Entre três mulheres que receberam e decidiram ler o panfleto, duas tinham uma história para contar.
A primeira é uma diarista que afirma ter evitado que a filha, hoje com 17 anos, fosse abusada pelo próprio pai.
"Ela não deixou que o pai fizesse nada com ela. Aí ela ficou só comigo e com a minha mãe. Foi difícil descobrir, mas eu insisti. Fui perguntando o que estava acontecendo e ela foi se abrindo aos pouquinhos", relata. O caso foi denunciado à polícia.
A diarista também lembra que mulheres adultas devem denunciar o que sofrem nas mãos dos homens. "Não é só criança, mulher também. As mulheres que passam por abuso têm que denunciar todos esses maus-tratos que vêm acontecendo", inclui.
Um idosa de 60 anos falou de uma suspeita que teve. "A gente vê uma criança chorando o tempo todo, toda hora… A gente já imagina: será que é maus-tratos? Será que estão batendo? Então, acho importante que as pessoas se preocupem com isso”, começa.
Ela contou que ficou observando, mas viu "só uns tapinhas" que pararam de ser dados: "Aí pensei: se continuar, vou denunciar. Mas parou".
A senhora conversou com servidora da prefeitura e foi aconselhada sobre a suspeita. "A moça falou que é bom mesmo observar, prestar atenção, ver se aquilo está realmente acontecendo e não deixar de denunciar", finalizou.
Os nomes das mulheres foram preservados nesta matéria para proteger as crianças e adolescentes envolvidos.
O que é e onde denunciar? - Violência sexual é uma violação ao corpo e à sexualidade das crianças e adolescentes forçadamente ou por alguma forma de intimidação ou ameaça. Ela geralmente é praticada por pessoas da própria família, e dentro de casa. As formas de abuso incluem toques, uso de palavras inadequadas, exibição de pornografia ou o próprio estupro.
Já a exploração sexual é o uso do corpo de crianças e adolescentes para obter dinheiro ou vantagens, seja por meio da pornografia ou prostituição, por exemplo.
A denúncia pode ser feita pelo Disque 100, em qualquer horário ou dia, ou aos Conselhos Tutelares. Veja os contatos:
1º Conselho Tutelar Sul - (67) 99941-2195
2º Conselho Tutelar Norte - (67) 99688-1623
3º Conselho Tutelar Centro - (67) 99715-9024
4º Conselho Tutelar Bandeira - (67) 99989-3692
5º Conselho Tutelar Lagoa - (67) 99847-9119
6º Conselho Tutelar Anhanduizinho - (67) 99862-4795
7º Conselho Tutelar Prosa - (67) 99684-4030
8º Conselho Tutelar Imbirussu - (67) 99669-3937
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