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Capital

Para empresas de ônibus, "surfistas" são reflexos da impunidade

Viviane Oliveira | 06/04/2016 15:27
Jovens são flagrados surfando em cima de coletivo, na região do Terminal Nova Bahia. (Foto: reprodução/vídeo)
Jovens são flagrados surfando em cima de coletivo, na região do Terminal Nova Bahia. (Foto: reprodução/vídeo)

De um ano e meio para cá, a prática de alguns jovens e adolescentes de “surfar” em cima de ônibus em movimento tem se potencializado e tornado um transtorno, principalmente para os motoristas que convivem de perto com essa situação. No domingo passado (3), por exemplo, grupo de 15 pessoas, entre homens e mulheres, quebrou um coletivo, surfou sobre o teto e ainda fumou maconha dentro dele.

O condutor teve que interromper o percurso para acionar a polícia. Ninguém foi preso.

Para João Rezende Filho, diretor do Consórcio Guaicurus (que atua no transporte coletivo urbano), os "surfistas" são reflexos da impunidade. Até agora, nenhum deles foi identificado para responder pelo ato.

“Eles colocam a própria vida em risco e até de quem está próximo. Muitas vezes o motorista só percebe que tem alguém em cima do coletivo, porque é avisado pela população”, diz.

Há casos em que o ônibus está cheio e o funcionário é obrigado a interromper o trajeto para resolver a questão. Outro problema, enfrentado pelos motoristas e usuários do transporte, é a aglomeração de jovens, principalmente adolescentes no entorno do Shopping Campo Grande e do Parque das Nações Indígenas aos finais de semana.

Muitos motoristas pedem mudança na escala para não trabalharem nas linhas que fazem essa região. A bagunça, na maioria das vezes, começa nos pontos e termina dentro dos coletivos.

“Eles se aglomeram nos pontos de ônibus, consomem bebida alcoólica e usam droga. Câmeras de segurança em frente ao shopping já flagraram adolescente em coma alcoólico no local”, lamenta.

Os surfistas precisam ser identificados e punidos. (Foto: Fernando Antunes)
Os surfistas precisam ser identificados e punidos. (Foto: Fernando Antunes)

Sob efeito de álcool e droga, eles entram no transporte e começam a vandalizar. A situação ocorre, principalmente, nos finais de semana e após às 19h. “Como se não bastasse a bagunça, tem alguns que abrem a tampa do alçapão e passam por ali para "surfarem" em cima do coletivo”.

Em fevereiro, a situação foi discutida por representantes da polícia, empresa de ônibus, sindicato dos trabalhadores, Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), direção do shopping e Guarda Municipal. “É claro que a presença da polícia inibe, mas precisamos fazer alguma coisa para acabar de vez com essa situação”, afirma. A punição seria uma das alternativas apontada pelo diretor.

A Polícia Militar informou que intensificou o policiamento a pé e de motocicleta nos fins de semana na região. Conforme a assessoria de imprensa da corporação, a população reclamava bastante da movimentação de usuários de drogas, que se escondiam quando os policias passavam de moto e depois voltavam para a área.

Por isso, foram colocados militares a pé no entorno e em pontos de ônibus. "A tolerância tem que ser zero, pois o patrimônio pode ser privado, mas está a serviço da população", ressalta João Rezende.

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