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Capital

Para MPE, rede de exploração atinge poderosos e atua em outras cidades

Ricardo Campos Jr. | 28/07/2015 18:50
Alceu Bueno (à frente da fila) e seus advogados sobem a rampa do Fórum para a audiência (Foto: Vanessa Tamires)
Alceu Bueno (à frente da fila) e seus advogados sobem a rampa do Fórum para a audiência (Foto: Vanessa Tamires)
Sérgio Assis e os advogados dele deixaram o Fórum sem falar coma  imprensa (Foto: Vanessa Tamires)
Sérgio Assis e os advogados dele deixaram o Fórum sem falar coma imprensa (Foto: Vanessa Tamires)

Meninas de vários municípios de Mato Grosso do Sul foram aliciadas pelo grupo envolvido em esquema de exploração sexual e extorsão de políticos do estado, segundo o MPE (Ministério Público Estadual). Fernando Martins Zaupa, titular da 69ª Promotoria de Justiça, cita a existência de uma rede criminosa, tanto que uma força tarefa foi montada para cuidar do caso.

Além dele, também acompanham e auxiliam nas investigações Marcos Alex Vera, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e Celso Botelho de Carvalho, da 68ª Promotoria.

“O caso envolve várias diretivas. Como é uma rede, há uma complexidade de exploração e de extorsão”, afirma Zaupa. Ele acompanhou, na tarde desta terça-feira (28), os depoimentos de testemunhas no caso e afirma que nenhuma novidade foi levantada.

São réus e estavam presentes na audiência o ex-vereador Alceu Bueno, o ex-deputado estadual Sérgio Assis e o advogado Robson Martins. Foram ouvidas sete pessoas, entre policiais e membros do Conselho Tutelar envolvidos nas investigações, além de uma das adolescentes descritas no processo como vítima.

Os acusados foram retirados da sala antes da jovem entrar no local. Segundo Zaupa, ela não apresentou informações novas, mas confirmou o que já estava descrito no processo. No entanto, segundo o promotor, a vítima voltou a citar nomes de pessoas que ainda estão sendo investigadas por envolvimento no esquema e que ainda não constam oficialmente no caso.

Por conta do segredo de Justiça, e para não atrapalhar as apurações, ele não revelou quem são os demais suspeitos.

Zaupa afirma ainda que a adolescente contou ter recebido dinheiro tanto pelos programas sexuais, como “agrados dos clientes” e parte nas quantias obtidas mediante a extorsão. “Era um esquema praticado de forma nefasta”, pontua.

Promotor do Gaeco, Marcos Alex Vera acompanha o caso (Foto: Vanessa Tamires)
Promotor do Gaeco, Marcos Alex Vera acompanha o caso (Foto: Vanessa Tamires)

Delação premiada – A Justiça já aceitou a proposta de delação premiada solicitada pela defesa de Fabiano Otero, um dos acusados de chantagear os políticos. O advogado dele, Amilton Ferreira Almeida, afirma que o cliente já repassou dados novos à polícia, que incluem nomes de outros envolvidos no crime, e a veracidade dos dados está sendo apurada.

Uma vez concluída a investigação, a polícia e o MPE emitem um parecer ao juiz, que então analisará se aproveita ou não as informações e de que forma elas beneficiarão o réu. Almeida afirma que ele espera conseguir a prisão domiciliar do acusado mediante o instrumento jurídico.

Por conta do segredo de Justiça e para não atrapalhar as investigações, o advogado não detalhou quem foi citado por Otero.

Defesa – José Roberto Rodrigues da Rosa, que representa o acusado Robson Martins, afirma que na audiência desta tarde a vítima não citou o nome do cliente dele e negou ter mantido qualquer tipo de contato com ele.

Chamou a atenção do advogado informação repassada pela defesa do ex-vereador Alceu Bueno que ele tenha procurado a polícia para denunciar a extorsão dois dias após ter conhecimento de que a corporação já dispunha dos vídeos e estava apurando o caso.

Também mereceu destaque para Rosa o fato de que a adolescente afirmou, segundo ele, que no contato com os políticos envolvidos no escândalo ela mentia ser maior de idade. “É um fato relevante e pode dar outro desfecho ao processo”. O promotor Fernando Zaupa não quis dar detalhes, mas afirmou que há controvérsias com relação a essa afirmativa.

Alceu Bueno, o ex-deputado estadual Sérgio Assis e os advogados deles deixaram a audiência sem falar com a imprensa.

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