Para pôr fim à agonia de família, Sesau vai comprar UTI na rede privada
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) vai comprar leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na rede privada para atender o paciente José Carlo Elesbão Tangerino, 60 anos.
Conforme a família, ele está desde às 23h no CRS 24 horas (Centro Regional de Saúde) do Guanandi e já passou sete horas no ambú, que faz a respiração manual, enquanto o correto é respirador. A dramática situação foi relatada por Danielle Cristina Reinher, 21 anos, filha do paciente.
Conforme a assessoria de imprensa da Sesau, ele aguarda remoção e deve ser transferido possivelmente para o hospital El Kadri. “Estamos trabalhando incansavelmente para colocar os pacientes nas unidades hospitalares. Estamos atrás de vaga privada”, afirma o coordenador de urgência e emergência da secretaria, Frederico Garlipp.
Segundo ele, nesta segunda-feira quatro pacientes aguardam transferência de CRS e UPA (Unidade de Pronto Atendimento) para hospitais. O único que precisa de UTI é José Carlos. “Na semana passada, na quarta-feira, eram 52 pacientes aguardando transferência. Foi um trabalho incansável”, afirma Frederico.
Apelo – Na manhã de hoje, a filha de José Carlos entrou em contato com o Campo Grande News para relatar o drama da família. “O médico foi bem claro. Se ele continuar aqui no posto, ele vai morrer. Não tem aparelho para ele”, disse Danielle.
O paciente é renal crônico, diabético, hipertenso, está com pneumonia e sofreu parada cardíaca.
A crise na saúde levou a Santa Casa de Campo Grande a restringir desde 21 de maio o atendimento a pacientes graves, que precisem de respiração artificial e leitos de UTI.
No dia 24 de maio, Celina de Oliveira, 54 anos, morreu após ficar 18 horas na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Universitário esperando por uma vaga na UTI. Ela chegou a conseguir leito no HU (Hospital Universitário), mas não resistiu.