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Para usuários, transporte coletivo não vale R$ 3,25, 6º mais caro no País

Ricardo Campos Jr. | 18/11/2015 15:41
Aumento na tarifa desagradou população (Foto: Gerson Walber)
Aumento na tarifa desagradou população (Foto: Gerson Walber)

Pagar a sexta tarifa mais cara do transporte coletivo no país a partir desta quinta-feira (19) desagrada quem precisa pegar ônibus todos os dias em Campo Grande. O prefeito Alcides Bernal (PP) autorizou reajuste de 8,33%, elevando o vale-transporte para R$ 3,25. Para os usuários, que enfrentam filas, lotação, veículos em más condições e vários outros problemas, o serviço não vale esse preço.

A aposentada Fernanda Romero, 60 anos, reclama da demora nos coletivos. Para ir de casa até o Centro, segundo ela, gasta quase uma hora em veículos por vezes apertados. “Eu acho pesado para quem é assalariado. É difícil, vou começar a andar de bicicleta”, afirma.

Mariely Souza, 24 anos, dona de casa, concorda com a idosa. “Não vale R$ 3,25. É muito precário, poucos ônibus para muita gente, muito movimento, falta estrutura e os ônibus estão em péssimo estado”, comenta.

“Passar sufoco dentro do ‘busão’ e pagar esse valor, não vale a pena”, opina a técnica de enfermagem Regina Souza, 18 anos.

Em contraponto, a professora de 48 anos Giani Romero não considera exorbitante o preço da tarifa já que morou em outros estados e afirma que existem sistemas de transporte coletivo piores.

“Eu já vivi em outros lugares e não acho o transporte coletivo daqui tão ruim. Não sei se é justo o valor, mas o que eu vejo de reclamação, em alguns casos acho inconsistente. O último lugar onde eu morei foi Macapá e o transporte de lá é muito ruim. Aqui você tem integração, então às vezes você paga uma única passagem e consegue andar em três ônibus seguidos”.

Giani também morou em São Paulo, estado onde as pessoas pagam R$ 3,50 para andar de ônibus dentro do município, mas para quem mora nas cidades que integram região metropolitana, o preço pode ser ainda mais alto.

“Sempre achei o transporte lá muito caro. A distância de onde estava para onde eu trabalhava era muito longe. A condução hoje lá deve estar em torno de R$ 6 para o intermunicipal”, diz a professora.os.

Apesar da idade, Fernanda cogita trocar ônibus pela bicicleta (Foto: Gerson Walber)
Apesar da idade, Fernanda cogita trocar ônibus pela bicicleta (Foto: Gerson Walber)
Professora diz que já viveu em lugares com transportes públicos piores (Foto: Gerson Walber)
Professora diz que já viveu em lugares com transportes públicos piores (Foto: Gerson Walber)

Comparação – A tarifa de Campo Grande se equipara com a cobrada em Porto Alegre, perdendo apenas para Goiânia e Curitiba (ambas R$ 3,30); Recife (R$ 3,35); Belo Horizonte e Rio de Janeiro (ambas R$ 3,40); São Paulo (R$ 3,50) e Brasília (R$ 4,00).

Com os R$ 3 cobrados até hoje, o município se une a Manaus (AM) e Salvador (BA) com o oitavo maior preço pelo serviço. Isso significa que dificilmente a Cidade Morena deixará tão logo o topo do ranking.

Vitória apresentou a menor tarifa entre as cidades consultadas. A capital capixaba tem mantido o passe de ônibus em R$ 2,40 desde 2013.

Em Teresina (PI), que tem apenas 9,3 mil habitantes a menos que Campo Grande (segundo estimativa do IBGE), o serviço é o segundo mais em conta e custa R$ 2,50. O reajuste mais recente foi em fevereiro deste ano, quando houve redução de cinco centavos.

Com o vale-transporte a R$ 3,25, a Capital será a terceira com menos de um milhão de habitantes com o serviço acima de R$ 3. As duas primeiras foram Cuiabá e Florianópolis, ambas cobrando R$ 3,10 dos usuários.

Tarifa atual vale somente até esta quarta (Foto: Gerson Walber)
Tarifa atual vale somente até esta quarta (Foto: Gerson Walber)
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