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Capital

Pedreiro e dono de boate negam "morte cruel" de garota de programa

Eles justificaram, diante dos jurados, que só confessaram assassinato porque foram torturados

Filipe Prado | 04/11/2015 11:10
Fernando (camisa amarela) e José Carlos negaram o crime (Foto: Marcos Ermínio)
Fernando (camisa amarela) e José Carlos negaram o crime (Foto: Marcos Ermínio)

Os acusados de agredir, matar e queimar a garota de programa Viviane Rodrigues de Matos, 31 anos, no dia 6 de setembro de 2013, alegaram que confessaram o crime após serem torturados pela polícia. O dono da Boate Paraíso, Fernando Augusto dos Reis Guimarães, 27, e o pedreiro José Carlos da Silva, 29, negaram o crime durante o júri popular na manhã desta quarta-feira (4), na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.

Mesmo com os indícios apresentados, Fernando iniciou o seu depoimento afirmando que não praticou o homicídio contra Viviane e inocentando o amigo. Ainda disse que não sabe quem poderia ser o autor do crime.

Ele contou que prestou quatro depoimentos à polícia, sendo que a partir do terceiro Fernando alegou ter sido torturado para que confessasse o crime. “Eles pressionavam demais, então só confessava. Ou falava, ou continuavam me batendo”, apontou.

O pedreiro confirmou que também foi torturado pela polícia, fazendo com que confessasse o crime. “Eles me disseram que ia me fazer lembrar da Viviane, então me algemaram e colocaram em cima de uma mesa. Eles colocaram um saco na minha cabeça e me torturaram”, disse José Carlos.

O inquérito apontou que no dia do crime Fernando discutiu com a garota de programa por ela estar sentada em cima de um balcão. Ela ficou nervosa e quebrou algumas garrafas. Mas o acusado disse que chamou a atenção de Viviane, pelo acontecido, mas não discutiram. “Eu falei para ela descer, porque não era para sentar lá. Não foi uma discussão”.

Sobre o sangue encontrado no carro de Fernando, o acusado assegurou que havia cortado o joelho em uma cerca de arame enfarpado e não tinha onde limpar, por isso o sangue foi encontrado no veículo. Ainda apontou que o automóvel foi vendido 15 dias após o crime, alegando que o negócio havia sido fechado antes do homicídio.

A arma do crime, apontou José Carlos, foi encontrada por uma pessoa não identificada e colocada em suas mãos. Ele afirmou que a arma não possui digitais.

O inquérito também apontou que todas as provas da autoria do crime apontaram para Fernando, que durante depoimento à polícia afirmou que José Carlos também participou do homicídio.

O resultado do júri deve ser divulgado no começo da tarde de hoje. O juiz Aluízio Pereira dos Santos preside o julgamento.

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