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Capital

“Perdemos um trabalho de 20 anos”, diz funcionária de loja que pegou fogo

Viviane Oliveira | 09/12/2011 20:18
Tereza mostra local que cliente da loja cedeu para elas trabalharem. (Foto: Simão Nogueira)
Tereza mostra local que cliente da loja cedeu para elas trabalharem. (Foto: Simão Nogueira)
A pequena lojinha das meninas na Antônio Maria Coelho.
A pequena lojinha das meninas na Antônio Maria Coelho.

“Perdemos tudo, um trabalho de 20 anos”, esta é a frase da funcionária e cunhada da dona da loja de roupas femininas Karla, Tereza Aparecida da Silva, de 43 anos, que trabalhava em uma das seis lojas que pegou fogo no último sábado (3), na rua 13 de Maio com avenida Mato Grosso, em Campo Grande.

A dona da loja, Maria Fátima no dia do incêndio estava em São Paulo, onde foi comprar roupas para reforçar o estoque de fim de ano. “É a única coisa que temos para reerguermos”, lamenta Tereza. Segundo ela, o que estava na loja queimou tudo.

Tereza conta que com estas roupas montaram uma pequena loja na Antônio Maria Coelho. O lugar foi cedido por uma cliente do estabelecimento que sensibilizou com o caso. “Na manhã daquele sábado no meio de tanto desespero, ela cedeu um espaço para a gente trabalhar”, afirma.

Arrumando a nova loja com poucas roupas e apenas duas araras que foram emprestadas, Tereza disse que vê uma cena de terror quando passa na esquina das lojas que foram incendiadas. “O valor do prejuízo é incalculável virou tudo carvão”, relata.

Cleiner Maria dos Santos, 40 anos, reclama que o prejuízo dos lojistas foi muito grande. “O estoque estava cheio de mercadorias por conta das festas de final de ano”, disse Cleiner que havia comprado o ponto há dois meses por 7 mil reais.

Ela relata que vendia salgado em frente ao shopping Campo Grande e com muito custo resolveu abrir um estabelecimento. “Fiz empréstimo, comprei fogão, geladeira, freezer e tinha abastecido o estoque com refrigerantes, salgados e balas”.

Um carrinho de água de coco que era outra fonte de renda de Cleiner também foi queimado no dia do incêndio. “Fiquei durante cinco anos vendendo salgado na rua. Investi 20 mil em um novo negócio que acabou destruído pelo fogo”, afirma Cleiner que restou apenas uma dívida.

Segundo ela, o dono do estabelecimento informou que só irá cancelar o contrato depois do laudo da perícia. Por conta dos prejuízos a comerciante vai fazer um jantar beneficente no próximo dia 23 às 20 horas na Paróquia São Judas Tadeu.

“O padre cedeu o salão. O prato será vendido por R$ 5 e o cardápio é Bobó de galinha. Cleiner disse que aceita qualquer tipo de doação para o jantar. Quem quiser doar pode entrar em contato com ela pelo telefone – 9243-5028.

Perícia - Na tarde da última quarta-feira (7), peritos criminais foram pela terceira vez ao local onde várias lojas foram destruídas pelo incêndio.

Após terem ido duas vezes ao local na segunda-feira, peritos retornaram para fazer mais análises e tentar esclarecer dúvidas para descobrir o que causou as chamas que acabaram com seis estabelecimentos comerciais localizados na rua 13 de Maio, proximidades da avenida Mato Grosso.

A Perícia trabalha com duas hipóteses sobre o que causou o incêndio. A primeira é curto-circuito, devido à instalação elétrica antiga; e a segunda, invasão com outra finalidade - por causa de vestígios encontrados; e, por acidente, iniciaram as chamas.

De acordo com os peritos, o fogo se alastrou rapidamente porque o telhado é único para as seis lojas, além disso, o madeiramento é antigo.

A conclusão sobre o que causou o incêndio ainda depende de análises e de informações que serão repassadas à perícia pelo Corpo de Bombeiros.

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