ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 24º

Capital

Pistoleiro denuncia plano para executar oficial da PM e acaba absolvido

O alvo, a tenente-coronel Itamara, é ré confessa por matar marido que era major

Viviane Oliveira | 19/06/2017 12:40
Tenente coronel e major PM estavam juntos há 15 anos (Foto: reprodução)
Tenente coronel e major PM estavam juntos há 15 anos (Foto: reprodução)

Quase 1 ano depois, o assassinato do major Valdeni Lopes Nogueira, 40 anos, pela mulher, a tenente-coronel Itamara Nogueira Vieira, 45 anos, ocorrido em Campo Grande, tem um novo capítulo. Há 4 meses, a Polícia Militar descobriu que o pistoleiro Robson William da Silva Medina, 26 anos, havia sido contratado para executá-la.

A mãe e a filha dela também seriam mortas, de acordo com relatos do rapaz na época. Ele foi preso em flagrante no mesmo dia pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), ficou quatro meses detido no Presídio de Trânsito e foi solto no dia 3 de junho, após ter sido julgado e inocentado pela Justiça. As mandantes seriam Glória Lúcia Lopes Nogueira e Ângela Lucimar. As duas são ex-cunhadas de Itamara, que moram na cidade de Amambai.

Conforme o processo, no dia 10 de fevereiro deste ano, por volta do meio-dia, a mãe de Itamara foi surpreendida pelo homem em uma motocicleta que rondava a sua casa, no Bairro Coophatrabalho. Ele disse à mulher que a família dela corria risco de morte, pois havia sido contratado “como pistoleiro” em um fazenda para matar as três mulheres.

Ao ser questionado sobre o motivo do alerta sobre os assassinatos, Robson alegou que havia desistido da ideia. Contudo, precisava de dinheiro ou caso contrário “executaria o serviço”. Com medo da situação, a mãe de Itamara pediu que o homem aguardasse do lado de fora do portão porque, primeiro, consultaria o advogado da família. Ela, então, entrou para o interior da residência e ligou para a filha, que acionou a Polícia Militar.

Robson foi preso em flagrante e autuado por extorsão e homicídio qualificado na forma tentada. Na delegacia, o rapaz afirmou que as execuções haviam sido encomendadas pelas ex-cunhadas da PM . O motivo seria para vingar a morte de Valdeni, irmão das mandantes. Como prova de que havia sido contratado, o rapaz mostrou fotos das três vítimas.

Major foi morto com dois tiros (Foto: reprodução/Facebook)
Major foi morto com dois tiros (Foto: reprodução/Facebook)

O suposto pistoleiro foi julgado e absolvido pelo juiz Waldir Peixoto Barbosa, da 5ª Vara Criminal. “Fato é que não há como condená-lo, vez que as provas não demonstram com certeza sua participação na empreitada criminosa”, justificou o magistrado a sua decisão.

Procurado, José Roberto Rodrigues da Rosa, advogado de Itamara, disse que não acompanhou o caso, mas que vai pedir o translado da ação penal para o processo que julga a tenente-coronel. A PM ainda não foi julgada.

O Campo Grande News tentou falar, por meio de mensagem no Facebook, com Glória e Ângela, mas até o fechamento deste texto não teve retorno. A reportagem também ligou para o celular de Valdeci Alves Nogueira, irmão das duas mulheres citadas. Porém as ligações não foram atendidas.

No relatório do inquérito que consta do processo contra o pistoleiro, a delegada Elaine Benicasa informa que o cópias da investigação seriam repassadas à delegacia de Amambai para providências cabíveis.

Perguntado se o caso está sob investigação, o delegado da cidade, Mikaill Alessandro Gouvea Faria, informou que não recebeu pedido de apuração do caso e que, pelas informações que circulam, não há prova concreta que incrimine as duas irmãs. “Elas são conhecidas na cidade. São pessoas do bem”.

Caso - No dia 12 de julho do ano passado, a tenente-coronel matou o marido com dois tiros, depois de uma discussão na casa onde moravam. Valdeni chegou a ser socorrido, mas morreu na Santa Casa. A policial afirmou à polícia que foi vítima de violência doméstica. Em depoimento, Itamara relatou que foi agredida com socos e tapas, ameaçada de morte pelo marido e agiu em legítima defesa.

Nos siga no Google Notícias