PM se envolve em confusão em posto de saúde e irmã acaba detida por engano
A irmã da sargento, de 31 anos, foi levada à delegacia por engano, mas depois o mal entendido foi desfeito
Sargento da PM (Polícia Militar) de Cuiabá, no Mato Grosso, de 36 anos, se envolveu em confusão na manhã de ontem (3) com um guarda civil metropolitano, de 35 anos, no CRS (Centro Regional de Saúde) do Aero Rancho, em Campo Grande.
A irmã dela, de 31 anos, foi levada à delegacia por engano para prestar esclarecimento, mas depois o mal entendido foi desfeito. No boletim de ocorrência registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, a policial aparece como a autora.
Conforme boletim de ocorrência, o guarda lotado no posto de saúde contou que foi abordado pela enfermeira chefe pedindo para que ele retirasse da unidade a acompanhante de uma mulher de 57 anos, internada com covid-19. Foi ressaltado no registro policial que não é permitido acompanhante no local em razão do alto nível de contaminação.
O guarda, então, foi até a mulher e pediu que ela se retirasse, explicando os motivos, mas segundo a versão dele, a suspeita se recusou a ir embora dizendo ser policial militar. Na sequência a PM tirou a pistola da bolsa, apontou em direção a cabeça do guarda e com dedo no gatilho gritava que não iria sair.
De acordo com o servidor, ele e uma enfermeira pediram calma para a policial e mesmo assim ela apontou a arma em direção ao guichê de atendimento, onde havia outras pessoas aguardando. Depois disso, depois que acionaram reforço, a PM foi embora.
Outra versão - Por telefone, a policial afirma que não apontou a arma para ninguém, apenas disse para os servidores que era policial militar. “Falei que era PM por causa da truculência do guarda municipal”, contou.
A sargento, que preferiu não se identificar, contou que a mãe foi internada na quarta-feira (dia 2), quando veio para cidade acompanhar a situação de perto. No posto de saúde, encontrou a paciente internada com cateter nasal e tomando soro, estabilizada.
No outro dia, ela disse que a confusão começou depois de encontrar a mãe piorando sem os cuidados necessários e pedir para falar com o médico. Segundo ela, ficou o tempo todo de máscara e informou para a equipe de enfermagem que já havia sido imunizada. “Eu não estava armada. O guarda confundiu meu celular com uma arma”, disse.
Segundo a policial, depois que conseguisse falar com o profissional responsável pelo atendimento da mãe ia embora. Mas foi tratada com desrespeito pela equipe da unidade. “Só queria transferir a minha mãe para outra unidade”, disse.
Depois da confusão, a policial foi embora e a irmã, que não tinha nada a ver com a situação e não estava no momento da confusão, acabou sendo identificada e levada para a delegacia.
“Disseram que testemunhas a reconheceram. A gente não é gêmea e não temos nada a ver uma com a outra. Quero esclarecer a situação. Mas no momento o que importa é salvar a vida da minha mãe. Ela está piorando e nós queremos a transferência dela para o Mato Grosso”, reclamou. Segundo a policial, a vaga já foi providenciada e aguarda apenas a unidade fazer o pedido. A irmã, que é professora, só prestou esclarecimento na delegacia e foi liberada.
Por meio da assessoria de imprensa, a Sesau (Secretária Municipal de Saúde) informou que a paciente está estável, mas fazendo uso de muito oxigênio. A transferência só pode ser realizada por UTI (unidade de Terapia Intensiva) aérea para evitar ocorrer complicação em razão do tempo prolongado de deslocamento.