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Capital

Polícia investiga 3° envolvido e persegue suspeito de sequesto no Itanhangá

Nesta manhã, Garras e Choque divulgaram que perseguiram e entraram em confronto com mais um dos suspeitos

Geisy Garnes e Mirian Machado | 20/09/2021 11:10
Arma usada pelos bandidos durante o assalto. (Foto: Henrique Kawaminami)
Arma usada pelos bandidos durante o assalto. (Foto: Henrique Kawaminami)

O Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) investiga a participação de um terceiro suspeito no sequestro a uma moradora do Bairro Itanhangá Park, mantida refém por cerca de 40 minutos, na noite de sábado (18), em Campo Grande. Outros dois envolvidos foram identificados: Claudinei dos Santos de Oliveira, de 29 anos, está preso e João Victor Rodrigues da Silva é procurado pela polícia.

Na manhã desta segunda-feira (20), equipes da delegacia especializada e do Batalhão de Choque da Polícia Militar entraram em confronto com bandido durante a investigações do sequestro. Houve perseguição, mas detalhes não foram divulgados, mas a principal suspeita é de que o suspeito seja João Victor.

Em depoimento, Claudinei afirmou que todo o crime foi idealizado por ele e João Victor e apenas contrataram um "noiado" por R$ 50, para pegar o pacote com o dinheiro do resgate pela vítima e entregar para eles. Essa versão, no entanto, é apurada pela delegacia especializada.

Delegado João Paulo Sartori, responsável pela investigação (Foto: Henrique Kawaminami)
Delegado João Paulo Sartori, responsável pela investigação (Foto: Henrique Kawaminami)

Segundo o delegado João Paulo Sartori, responsável pela investigação, as equipes trabalham para identificar esse terceiro envolvido e entender de fato sua participação. Além disso, as buscas por João Victor continuam pela cidade.

Ainda conforme o delegado, o sequestro da moradora foi consequência de um “susto” durante a ação criminosa. Claudinei e João resolveram seguir mãe e filho após verem as duas em uma padaria. As joias que usavam e o carro em que estavam, um Audi Q3, chamaram atenção dos assaltantes e eles resolveram segui-las. Anunciaram o crime assim que chegaram em casa.

Inicialmente, a intenção era roubar a família e fugir, mas a movimentação de um vigia na rua fez com que a dupla “suspeitasse de algo errado” e decidisse levar a moradora como refém. Ela foi colocada no próprio carro e levada até a casa de João, onde foi amarrada e mantida presa por 40 minutos.

Ela acabou liberada na região da BR-262, no Bairro Itamaracá, depois que o marido, o empresário de 61 anos, entregou R$ 18 mil e um relógio Rolex aos criminosos. “Nesse caso, o marido da vítima fez o pagamento antes de avisar a polícia. O recomendado é que avise a polícia imediatamente, antes das negociações”, reforçou o delegado.

Depoimento – Preso, Claudinei detalhou que conheceu há pouco mais de 1 mês João Victor, os dois são dependentes químicos e faziam o uso de drogas juntos. No sábado, relatou, a caminho de festa na casa do avô de João Victor, tiveram a ideia de levantar dinheiro, praticando roubo. Os dois seguiam em um Fiat Uno, de cor azul, que pertence à ex-mulher de Claudinei. Segundo ele, a mulher não sabia que ele havia pegado o carro dela.

Os dois, então, passaram a percorrer as ruas da cidade caçando vítimas, quando avistaram duas mulheres (mãe e filha, de 22 anos). Elas foram seguidas e abordadas assim que entraram na garagem de casa, no Bairro Itanhangá Park. Dentro do imóvel, o empresário de 61 anos, esposo da mulher, também foi rendido.

Roubo e sequestro - Claudinei disse que enquanto roubava as coisas de valor, João Victor fazia a segurança do lado de fora. Foi quando o comparsa informou que o vigilante havia percebido a movimentação e os dois decidiram ir embora levando a vítima como refém, por acreditarem que a polícia já havia sido acionada, segundo depoimento de Claudinei.

Ele saiu levando o Fiat Uno, enquanto João Victor foi com a refém dirigindo o Audi da família. Eles seguiram para o Bairro Pacaembu, na região da Guaicurus. Como não conseguiram levantar o dinheiro que queriam no local, tiveram a ideia de ligar para o marido da vítima exigindo R$ 50 mil para libertá-la.

Desesperado, o homem informou que tinha apenas R$ 18 mil e um relógio Rolex. Os dois aceitaram a oferta e marcaram encontro com o empresário. Na primeira tentativa, o plano deu errado porque havia muitos policiais na região. Durante toda a negociação, os bandidos ameaçavam o empresário, dizendo para não envolver polícia, caso contrário, matariam a mulher.

Carro usado pelos bandidos durante o crime. (Foto: Henrique Kawaminami)
Carro usado pelos bandidos durante o crime. (Foto: Henrique Kawaminami)

Resgate - O esposo da vítima, então, foi orientado a levar o dinheiro no Bairro Campo Alto, na Rua Professor Odete Trindade Benites, próximo a uma conveniência. Lá, a quantia e o relógio foram entregues para um "noiado", segundo relatos de Claudinei, que recebeu R$ 50 para pegar o pacote com o dinheiro e entregar para a dupla.

Na sequência, foi feita ligação informando que a refém seria solta no Bairro Tiradentes. Porém, a vítima foi encontrada pelos policiais do Choque, por volta das 3h30, na Rua Darwin Dolabani, no Bairro Itamaracá. O carro dela, o Audi, foi encontrado abandonado na Rua Santina Delfino Sanches, mesmo endereço da casa onde a vítima ficou refém.

O carro usado para cometer o crime, um Fiat Uno azul também foi apreendido. Na tentativa de se livrar das provas do sequestro, Claudinei, conhecido como Carcaça, contratou um guincho para levar o carro usado no crime e chegou a ameaçar a ex-mulher para que ela ajudasse a pagar pelo serviço.

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