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Capital

Polícia ouve nesta quarta-feira sobrevivente de ataque de guarda

Valtenir Pereira da Silva matou duas pessoas, entre elas a ex-mulher

Tainá Jara | 03/03/2020 18:50
Maxelline e o casal de amigos foram atacados por guarda enquanto participam de churrasco (Foto: Arquivo/Paulo Francis)
Maxelline e o casal de amigos foram atacados por guarda enquanto participam de churrasco (Foto: Arquivo/Paulo Francis)

A Polícia Civil ouve nesta quarta-feira Camila Telis Bispo, 31 anos, sobrevivente do ataque do guarda municipal Valternir Pereira da Silva, 35 anos. Foragido, ele teve prisão decretada pelo feminicídio da professora Maxelline da Silva dos Santos, 28 anos, sua ex-mulher; e pela morte de Steferson Batista de Souza, 32 anos, dono da casa onde o crime ocorreu, no último domingo, em Campo Grande.

Camila saiu correndo durante os disparos, mas foi atingida nas costas e foi internada no Hospital da Unimed. Fora de perigo, ela será ouvida pela equipe da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), amanhã.

De acordo com a delegada adjunta da Deam, Sueili Araújo, nesta terça-feira, uma tia da vítima foi ouvida. A polícia ainda está em busca do foragido que já tinha histórico de violência doméstica.

Em 2014, quando já pertencia ao quadro da guarda municipal, ele foi acusado de ameaça e de vias de fato fazendo uso de uma faca. Maxelline havia pedido medida protetiva, uma das ferramentas da Lei Maria da Penha, para que o guarda mantivesse distância dela. A solicitação foi feita em 17 de fevereiro por ameaça e violação de domicílio.

Para a polícia, a maior probabilidade é que ele ainda esteja escondido, apesar das mensagens publicadas nas redes sociais em tom de despedida, nesta segunda-feira.

Mortes – Por volta das 23h de sábado (dia 29), Valtenir foi a uma casa no Jardim Noroeste, em Campo Grande, onde Maxelline participava de churrasco. No portão da residência, ele foi atendido por ela e uma amiga.

Durante discussão, o guarda atirou na cabeça da vítima. A amiga Camila Telis Bispo, 31 anos, saiu correndo e foi atingida nas costas. Esposo de Camila, Steferson Batista de Souza, saiu da casa para ver o que estava acontecendo e foi baleado no tórax. Maxelline e Steferson morreram no local. Camila foi encaminhada para a Santa Casa de Campo Grande.

A Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social de Campo Grande) afastou Valtenir das funções. O despacho determinou o recolhimento da arma funcional e suspensão da posse.

Feminicídio – Este foi o segundo crime de feminicídio registrado neste ano em Campo Grande. No ano passado, Mato Grosso do Sul teve 31 casos de feminicídio, crime de ódio por razões de gênero. No comparativo com 2018, a queda foi de apenas 3,1%, quando foram registrados 30 casos.

Mapa da Violência Contra a Mulher 2018, elaborado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, da Câmara dos Deputados, colocava Mato Grosso do Sul entre os quatro estados do País com maior número de feminicídios noticiados, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Bahia.

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