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Capital

Policial diz que áudio com nome de Marcel Colombo era sobre investigação

Everaldo Monteiro admitiu conhecer os Name, mas que não tinha qualquer relação com o crime

Por Silvia Frias e Dayene Paz | 17/09/2024 19:09
Everaldo Monteiro de Assis presta depoimento ao juiz Aluizio Pereira dos Santos (Foto: Paulo Francis)
Everaldo Monteiro de Assis presta depoimento ao juiz Aluizio Pereira dos Santos (Foto: Paulo Francis)

“O nome é Marcel Hernandes Colombo”. A gravação que, segundo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) coloca o policial federal Everaldo Monteiro de Assis como cúmplice da morte do “Playboy da Mansão” seria lembrete de pedido de investigação feito por delegado, amigo dele.

A justificativa foi apresentada pelo policial federal nesta terça-feira (17), no depoimento prestado durante o julgamento dos quatro réus, entre eles, o PF, da morte de Colombo.

Everaldo de Assis se apresentou aos jurados. Contou que entrou na Polícia Federal em janeiro de 1990 e trabalhou no setor de inteligência, vinculado a operações desenvolvidas com a DEA (Drugs Enforcement Administration), departamento americano antidrogas.

O áudio com a voz do PF foi encontrado no decorrer da Operação Omertà, que investigou a ação de milícia comandada por Jamil Name (falecido) e Jamil Name Filho, o Jamilzinho.

Segundo o policial, o áudio tinha relação com conversa que teve com o delegado Claudineis Galinari, com quem já havia trabalhado e mantinha relação de amizade.

De acordo com depoimento, Galinari havia perguntado a Assis se ele havia participado da operação que culminou na prisão do “Playboy da Mansão”, em dezembro de 2017, por importação ilegal de mercadorias.

Everaldo durante depoimento; ao fundo, de azul, Marcelo Rios, no banco dos réus (Foto: Paulo Francis)
Everaldo durante depoimento; ao fundo, de azul, Marcelo Rios, no banco dos réus (Foto: Paulo Francis)

Assis disse que não. Galinari explicou que recebeu denúncia, de uma mulher no Paraná, que ecstasy “patrocinado por Marcel Colombo deu problema na Holanda”, o que poderia ser fio condutor de investigação.  O policial federal disse que iria buscar informações sobre o caso e repassar ao delegado. Por isso, a gravação do áudio.

O policial federal também tinha justificativa para o envelope em que estava escrito “Bob”, o que seria outro codinome usado por Jamilzinho. Assis disse que se tratava de policial lotado em São Paulo e que ajudou em investigação de homicídio.

Contato – Everaldo de Assis disse que conheceu a família Name em 2018, quando acompanhou policial em um condomínio para entregar documento ao, então, senador Delcídio do Amaral. No local, sem encontrar o parlamentar, o material foi entregue à vizinha para que ela repassasse. Era Tereza Name, que estava acompanhada de Jamil Name e Jamil Name Filho.

A relação ficou mais próxima quando fez a segurança do juiz federal aposentado Odilon de Oliveira, que havia se candidato ao governo de MS pelo PDT, também em 2018. Passou a ir nas churrascadas promovidas por Tereza Name.

Diz que tinha contato esporádico com Jamil Name. “Ia uma vez ou outra, ele mandava a Tereza ligar, ela falava ‘dá um pulo aqui, Jamil quer tomar cerveja e conversar contigo”.

Trabalho – O policial também explicou o papel do informante na investigação, questionamento que a defesa dele fez em vários momentos do julgamento. “Tem informante que foi bandido, tem informante que é bandido, mas quer alguma coisa em troca e tem quem queira dinheiro”.

Diz que o filho de Fahd Jamil, Flavio Correia Jamil Georges, foi informante depois da morte de Jorge Rafaat, em junho de 2016. Na época, a intenção dos empresários e produtores da região de fronteira era entregar qualquer um que fosse do PCC (Primeiro Comando da Capital). Hoje, Flavinho, como é conhecido o filho de “Fuad”, está foragido, sendo considerado um dos líderes de outra organização que age na fronteira.

O promotor Moisés Casarotto perguntou se o uso de polígrafo, o detector de mentiras é usado em todos os estados americanos. O policial respondeu que sabe do procedimento no DEA.

No fim, ao ser questionado pela defesa sobre o trabalho, falou “combates” travados e que fazem parte do ofício. “Se tive que matar algúem? Em combate, em combate: você tem que se defender, matar para não morrer”.

O policial federal é acusado de participar do plano de execução da morte de Marcel Colombo, sendo o responsável por reunir informações do alvo. Os outros réus são Jamil Name Filho, o Jamilzinho, e os ex-guardas civis Marcelo Rios e Rafael Antunes Vieira.

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