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Capital

Ponto para amarrar boi e rede, figueira de 100 anos é cortada sob protestos

Aliny Mary Dias | 25/07/2013 08:35
Árvore fica na esquina da Ruas Leônidas de Matos e Eunice Weaver no Santo Antônio (Foto: Pedro Peralta)
Árvore fica na esquina da Ruas Leônidas de Matos e Eunice Weaver no Santo Antônio (Foto: Pedro Peralta)

Suporte para armar redes, tronco para amarrar bois e cavalos e balanço para crianças foram alguns dos usos da árvore centenária da espécie figueira localizada no bairro Santo Antônio em Campo Grande. Após sofrer um incêndio há 4 meses, a estrutura do pé ficou comprometida e ela começou a ser cortada nesta semana.

Referência do bairro há mais de 100 anos, quando as casas ainda eram de madeira e a locomoção era a cavalo, a árvore se tornou parte da vida de muitos moradores que hoje encaram com revolta o corte da planta.

“Meu bisavô amarrava cavalos e bois no tronco dela. Meus filhos brincaram de balanço na Figueira e eu tomava tereré ali embaixo, agora estão cortando nossa árvore”, afirma o motorista Olanir de Souza, 52 anos.

Os vizinhos da centenária contam que há 4 meses alguém colocou fogo no tronco da árvore. O Corpo de Bombeiros foi chamado e os moradores ajudaram no combate. Parte do caule da planta ainda possui marcas do dia que ficou marcado para muitos moradores.

“Foi uma correria aqui no bairro, todo mundo queria ajudar para ela não morrer. Enquanto o bombeiro não chegava, nós usamos baldes com água para apagar o fogo”, conta a dona de casa Talita da Silva Santos, de 32 anos.

Fogo foi colocado em árvore há 4 meses, afirmam moradores (Foto: Pedro Peralta)
Fogo foi colocado em árvore há 4 meses, afirmam moradores (Foto: Pedro Peralta)

Apesar dos danos no tronco, os moradores avaliam que a estrutura da árvore não foi comprometida. “As folhas continuaram verdes e o pé estava saudável”, diz a assistente administrativa, Luciene Caldeira, 32 anos.

Sem testemunhar a presença de equipes da prefeitura, os vizinhos dizem que desde o último domingo (21), técnicos da Enersul, concessionária de energia, começaram a cortar a árvore. “Nós achamos que seria uma poda normal por conta dos fios, mas acabaram com nossa figueira”, explica Ediléia Lima, 52 anos.

Conforme informações repassadas pela concessionária aos moradores, o corte foi uma determinação da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano).

Sem concordar com o corte da espécie centenária, sobrou nostalgia aos que acompanharam o crescimento da árvore. “Fazia parte da nossa vida e agora perdemos nossa árvore que fez parte da infância de muita gente”, completa Olair.

Campo Grande News procurou a Semadur e a assessoria da Prefeitura ontem, mas, até hoje, não houve retorno.

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