Por que sua rua virou mão única? Entenda o que provoca mudanças na Capital
Vários locais da cidades são reordenados para melhorar o fluxo
Você já se perguntou o porquê de algumas ruas, mesmo em bairros residenciais, se tornarem, do dia para a noite, vias de mão única? Se essa dúvida é pertinente, entenda o que fez a prefeitura de Campo Grande alterar várias ruas nas últimas semanas. Há alguns critérios que definem esse tipo de alteração, mas elas também podem ser solicitadas pelos próprios moradores.
Recentemente, em rua de apenas 4 quadras, 3 mudaram de rumo na Vila Bandeirantes. A Manoel Cavalcante Proença é um exemplo de como essas alterações ocorrem. Segundo a Agetran, o alto fluxo de carros provocou a alteração.
Valdecir Celestino Bezerra, 61 anos, é motorista e mora na rua há 15 anos. Ele não reclama da mudança, mas ressalta o quanto é demorado entender a alteração para quem se acostumou a andar nos dois lados da via. "A sinalização foi feita apenas no chão , com essas setas, a maioria dos motoristas nem olha para elas e já entram na rua na contramão".
Também há previsão de que trechos nas proximidades da rotatória das avenidas Três Barras, José Nogueira Vieira e Rua Marquês de Lavradio, sejam reordenados para resolver um problema comum de trânsito. Por lá, motoristas relatam alto congestionamento, sobretudo em horários de pico.
O processo - Segundo a diretora-adjunta da Agetran (Agência Municipal de Trânsito), Andréa Figueiredo, quando uma nova rua é aberta na cidade, ela sempre será mão de dupla. Mas caso se torne uma rua movimentada, são feitas algumas estratégias para melhorar o fluxo.
"Toda sinalização viária, quando é feita uma abertura nova de uma rua, ela inicia com duplo sentido de circulação. Quando intensifica o fluxo, a gente faz outras análises", diz.
Quando o trânsito começa a piorar, a primeira medida é a proibição de estacionamento na rua, por meio da sinalização nos meios-fios. "Se não tem largura para dois estacionamentos e um fluxo indo e vindo, a gente inicia retirando o estacionamento de um lado".
Se isso não for suficiente, diz, a transformação do sentido pode ser a saída. "A gente verifica primeiro se alguma rua em paralelo tem a mesma sequência para fazer esse 'binário'. Ou seja, uma via indo e outra vindo no sentido inverso".
Mas antes, a prefeitura garante que consulta os moradores. "Se é uma via local, dentro de bairro residencial, que passou a se intensificar, ou seja, se os carros 'acharam esse caminho', a gente faz uma pesquisa de opinião com os moradores para informá-los e perguntar se estão de acordo, e quais sentidos que preferem, como norte-sul, leste-oeste, ou vice-versa".
Como solicitar? - Para pedir a mudança no sentido da via, o morador deve entrar no site da Agetran e no ícone "Institucional", clicar em "formulários", depois em "formulários diversos". Basta preencher, entregar pessoalmente ou enviar pelos Correios para Av. Gury Marques, 2395 – Bairro Universitário – Secção A – Campo Grande/MS – Cep: 79063-000. O compromisso é de avaliar e enviar a resposta em até 30 dias.
Mudanças ao longo dos anos - É só puxar na memória. Ou, para os mais jovens, assim como o repórter que escreve esta matéria, no arquivo deste jornal.
Em 2014, por exemplo, as ruas Amazonas, Pernambuco, das Garças e Abrão Júlio Rahe, além das vias transversais como as ruas Espírito Santo e Alagoas, foram modificadas para garantir maior fluidez no trânsito do Centro.
Segundo Figueiredo, assim como a semaforização da cidade, que pode sofrer mudanças, até ao longo de um mesmo dia, para melhor o fluxo de veículos, a transformação do sentido das vias públicas é feita com objetivo de melhorar a cidade.
As ruas Florianópolis e Guaraní, no Jardim Imá, mudaram ao longo da história para garantir mais segurança às escolas situadas lá, por exemplo.
Há quase 10 anos, a Rua Felipe Camarão, no Parque Dallas, foi uma que teve forte pressão popular, inclusive, com apoio do Campo Grande News, para que fosse modificada e reduzisse os acidentes.