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Capital

Prefeitura afasta e suspende porte de arma de 5 guardas durante investigação

Administração não divulga irregularidades, mas medida ocorre durante “limpa” na corporação e demissão de guardas envolvidos com mi

Izabela Sanchez | 27/09/2019 12:52
Guardas municipais de Campo Grande (Foto: Marina Pacheco)
Guardas municipais de Campo Grande (Foto: Marina Pacheco)

Enquanto corre o julgamento dos guardas municipais acusados de integrar forte esquema de milícia em Campo Grande, a Prefeitura afastou cinco guardas da corporação e suspendeu o porte de arma dos servidores. A administração, ainda assim, não divulgou as irregularidades cometidas pelos cinco quando questionada pela reportagem.

Entre os afastados, estão os guardas Cicero aparecido Duarte ferreira, Fábio Henrique dos Santos Pereira, Kleber Ribeiro Martines e Luciano Alves de Freitas. O afastamento ocorre por 60 dias enquanto a Secretaria de Segurança Pública do município conclui investigação interna.

A corporação passa por mudanças, que envolvem, principalmente, o aumento da presença de armas entre os guardas: mais da metade do efetivo passa a atuar armado, equivalente a 63% e a secretaria espera que 85% do efetivo esteja armado até o fim de setembro.

O afastamento dos cinco profissionais, publicado em Diário Oficial nesta sexta-feira (27), ocorre em meio à tentativa de “limpeza” na corporação, já anunciada pelo secretário Valério Azambuja. A reportagem também tentou contato com o secretário, mas ele não atendeu as ligações.

Milícia - O guarda municipal Rafael Antunes Vieira, suspeito de integrar uma milícia em Campo Grande, foi demitido pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD) nesta terça-feira (24). O ex-servidor municipal foi preso em maio desde ano por fazer ameaças à esposa de colega também envolvido no esquema que envolve o empresário Jamil Name.

Rafael e Robert Vitor Kopetski, além do segurança Flávio Narciso Morais da Silva, são acusados de ameaçar testemunha-chave no inquérito que investiga a origem de arsenal apreendido no dia com o também guarda municipal, já demitido, Marcelo Rios. O arsenal “de guerra” foi apreendido com Marcelo em uma residência do Bairro Monte Líbano no dia 19 de maio. A vítima das ameaças, mulher de Marcelo, passou a ser vigiada pelo trio, segundo as autoridades.

Operação mira empresário - Foi deflagrada nesta sexta-feira a operação Ormetà, que apura crimes de organização criminosa atuante na prática dos crimes de homicídio, milícia armada, corrupção ativa e passiva. A operação é realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestros), força-tarefa da Polícia Civil que investiga execuções na Capital, Batalhão de Choque e Bope.

Ao todo, são 23 ordens de prisões: 13 mandados de prisão preventiva e 10 mandados de prisão temporária em Campo Grande. A lista de presos inclui os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho, presos no residencial Bela Vista, na Rodolfo José Pinho, Jardim São Bento, além de um policial federal e quatro policiais civis.

Patrão – Jamil Name é citado em depoimentos como patrão do guarda municipal demitido Marcelo Rios, preso com arsenal de guerra em Campo Grande. No mesmo dia do flagrante, o depoimento da convivente de Rios detalha que ele trabalhava como segurança particular para complementar a renda, mas que ela preferia não saber da natureza desse trabalho extra. A mulher relata que ele era segurança particular na casa de Jamil Name, localizada na Rua Rodolfo José Pinho, em Campo Grande.

A operação foi autorizada pelo juiz da 7ª Vara Criminal de Campo Grande, Marcelo Ivo de Oliveira. Nome da operação, Ormetà é um código de honra da máfia italiana, que faz voto de silêncio. A defesa do empresário Jamil Name ainda busca cópia da decisão.

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