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Capital

Prefeitura atrasa repasse e obra de UPA pode ficar sem operários

Zana Zaidan e Aline dos Santos | 19/10/2013 09:06
Com calote na obra, funcionários da obra da UPA do Jardim Leblon ameaçam cruzar os braços (Foto: Cléber Gellio)
Com calote na obra, funcionários da obra da UPA do Jardim Leblon ameaçam cruzar os braços (Foto: Cléber Gellio)

Funcionários de uma construtora, vencedora da licitação para construção da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon, em Campo Grande, denunciam atraso no pagamento de salários. Agora, cansados de sofrer com o problema, desde o início da administração de Alcides Bernal (PP), eles ameaçam abandonar a obra.

Segundo os trabalhadores, a explicação estaria em um suposto calote da prefeitura, que contratou a empresa para viabilizar a obra, mas não tem repassado a verba para o pagamento dos funcionários.

A administração municipal firmou contrato de mais de R$ 3,4 milhões com a empresa Coletto Engenharia Ltda em 29 de maio do ano passado, que determina prazo para conclusão da unidade de saúde em um ano, ou seja, 29 de maio de 2013. O atraso no pagamento pode ser a causa do atraso na entrega da UPA para a população.

Entre pedreiros e eletricistas, 15 trabalhadores trabalham no canteiro de obras, que fica na rua Benjamin Aderse. Um deles, que presta serviços como pedreiro para a Coletto há cerca de um ano, afirma que este é o 9º mês que o salário atrasa.

“Até então, o dinheiro caía até o 5º dia útil do mês, religiosamente. Mas faz noves meses que não recebemos antes do dia 25”, afirma o pedreiro, que não quis se identificar por temer ser demitido.

Segundo ele, a insatisfação é geral entre os trabalhadores, que já pensam em abandonar a obra. “Somos todos humildes, temos família, bocas para alimentar. Tem muita gente ali que está vendendo almoço para comprar o jantar. Vou procurar um bico em outros lugares, onde, pelo menos, vou receber pelo meu trabalho”, explica. A remuneração do pedreiro é de R$ 1,5 mil, assim como a dos demais funcionários da obra que atuam na mesma função.

Obra continua - Já um outro funcionário da Coletto, que também trabalha na obra, disse que, até então, o pagamento vinha normal e que, neste mês, o atraso supera dez dias. “A gente recebe, sim, no quinto dia útil. Mas ainda não recebemos, estamos na expectativa. É uma raridade atraso no pagamento”, afirmou na sexta-feira (18). Segundo ele, a atividade no canteiro de obras está normal e nenhum dos contratados deixou de trabalhar.

O mesmo funcionário calcula que a Coletto tenha 85 funcionários em Campo Grande, e a construtora também atua em Corumbá. A reportagem tentou entrar em contato com o responsável pela empresa, que não atendeu as ligações desde quinta-feira.

O secretário de Infraestrutura, Transporte e Habitação de Campo Grande, Semy Ferraz, também foi procurado para prestar esclarecimentos sobre o atraso do repasse de verba da prefeitura para a Coletto, mas também não atendeu as ligações.

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