Preso em acidente, engenheiro diz que arrastou moto para "não bloquear trânsito"
Bruno Mendonça conduzia S10 que arrastou motocicleta por cerca de 100 m após colisão; rapaz nega embriaguez

O engenheiro civil Bruno Espírito Santo Mendonça, 36 anos, preso após atingir motociclista e arrastar o veículo por cerca de 100 metros, ontem, em Campo Grande, pagou fiança de três salários mínimos e foi liberado. O homem negou que tivesse consumido bebida alcoólica e que só não parou no momento do acidente para não “bloquear o fluxo” do trânsito.
Mendonça foi levado à audiência de custódia essa manhã, em Campo Grande, tendo pago a fiança arbitrada pelo juiz Albino Coimbra Neto e já liberado.
Preliminarmente, o engenheiro civil foi indiciado pela Polícia Civil por lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, afastar-se do local do acidente e por conduzir veículo sob efeito de álcool ou substância psicoativa.
O acidente aconteceu no início da manhã de ontem (7), na avenida Afonso Pena, no cruzamento com a rua Rio Grande do Sul. Conforme informações apuradas pela reportagem, o condutor da S10 furou o sinal vermelho, atingindo o motociclista, que estava na avenida.
No boletim de ocorrência registrado na Depac/Centro (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) consta que os guardas municipais viram a S10 na avenida, já na virada da Travessa Ana Vani, arrastando a motocicleta Honda CG de cor preta, presa na frente da caminhonete.
Na esquina da rua Rio Grande do Sul, os guardas viram a equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) que já prestava socorro para a vítima, um vigia que voltava do trabalho para a casa. Evandro Silvestre Ferreira, 38 anos, está no centro cirúrgico da Santa Casa, consciente e passou por cirurgia de instalação de tração esquelética no pé e no fêmur direitos.
Com Bruno Mendonça, os guardas encontraram papelote de cocaína, contendo 0,80 gramas, conforme laudo da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcóticos). O engenheiro, segundo boletim, aparentava estar embrigado, com “olhos vermelhos, odor de álcool, exaltado e arrogante”. Ele se recusou a fazer teste de alcoolemia e os guardas fizeram teste de constatação de alteração de capacidade psicomotora.
Em depoimento à Polícia Civil, Bruno Espírito Santo Mendonça negou que tivesse bêbado e disse que havia bebido seis garrafas long neck de cerveja na noite anterior, por volta das 21h. Ontem (7), saiu de casa para o trabalho, por volta das 6h
O engenheiro diz que quem furou o sinal foi o motociclista. Disse que não tinha intenção de fugir, mas que não conseguiu parar de imediato com receio de de bloquear o fluxo dos demais veículos que estavam na avenida. Mendonça também negou que estivesse embriagado e diz que “não reconhece” o papelote encontrado no veículo. A S10 seria de propriedade do pai dele.
O advogado complementou o depoimento, dizendo que o condutor não viu a vítima no asfalto, apenas a motocicleta.