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Capital

Preso, "estelionatário" completa 30º golpe e prejuízo soma R$ 200 mil

Graziela Rezende | 25/03/2014 12:21

Se comprovada a suspeita da Polícia Civil, Valfrido Gonzalez Filho, 34 anos, completa neste mês o seu 30° golpe. Os últimos seis, aplicados em Campo Grande, São Paulo e Paraná, causam prejuízo de R$ 200 mil às vítimas. E quanto mais indiciamentos recebe, mais golpes ele aplica, mesmo preso no Complexo Penitenciário da Capital.

“Enquanto ocorriam as investigações, registros de outros Estados chegaram à delegacia, na tarde de ontem (24). O modo de agir é muito semelhante ao do Valfrido, por isso a suspeita. Nossa intenção é descobrir os seus comparsas na cadeia, principalmente porque fala de números diferentes a todo o momento”, afirma o delegado Wellington de Oliveira, responsável pelas investigações.

Este último caso, registrado no dia 19 de março, ocorreu com o pecuarista Luiz Waldemar Barneze, 76 anos. Com a esposa internada no Hospital da Unimed, para um procedimento cirúrgico, ele recebeu uma ligação. Exatamente às 11h, no apartamento onde ela estava, logo após um procedimento cirúrgico.

Em depoimento, o pecuarista diz que a pessoa se identificou como Dr. Luiz, integrante da equipe médica do Dr. José Luiz Miquimba Fernandes, profissional que operou a esposa da vítima. “Ele disse que o procedimento deu certo, porém a mulher precisaria dar continuidade ao tratamento por 45 dias, com remédios muito caros”, disse o pecuarista à Polícia.

Os medicamentos seriam no valor de R$ 3.220. “O suposto médico ainda disse que conseguiria amostras grátis, mas que tinha que fazer o depósito na conta da Dra. Leydiane Firmo de Oliveira, no Bradesco, agência 2201 e conta 0603777-1. Logo depois ele disse que o hospital me faria o ressarcimento”, disse a vítima em depoimento.

Nova exigência - A vítima então se dirigiu a sua agência bancária e fez os depósitos. Horas depois, um novo telefonema do golpista no telefone (67) 9311–6431. O estelionatário disse que em breve a vítima receberia os remédios, a nota fiscal e também uma carta endereçada à Unimed, para o ressarcimento. A próxima ligação seria para o autor informar sobre um tumor benigno e mais gastos no valor de R$ 2.990 para a vítima, sendo o depósito para o Dr. Leonardo de Oliveira, no mesmo banco e agência”, contou o pecuarista.

Por sorte, o pecuarista encontrou o real médico da vítima posteriormente, sendo informado por ele que “não existe nenhum Dr. Luiz e nem os outros citados em sua equipe, sendo aquilo um golpe”. No banco, o gerente informou ao pecuarista que o dinheiro já tinha sido sacado.

Prisão – Valfrido está preso desde agosto de 2012, mas em última entrevista ao Campo Grande News, ele confessou as suas habilidades para se passar por médico, advogado, delegado, desembargador, supervisor de hospitais, padre, pastor e até vereador.

O último local do golpe foi o Hospital do Câncer. Ele se passou por um oncologista da unidade. O curioso é que o verdadeiro médico retornou a ligação para ele e Valfrido chegou a pedir desculpas, ressaltando que só estava fazendo o seu trabalho.

No Paraná, em janeiro deste ano, cinco pacientes em Curitiba (PR) procuraram à Polícia. Os casos envolvem os hospitais Marcelino Champagnat, Constantini, Erasto Gaertner, Pequeno Princípe e Nossa Senhora das Graças.

Em São Paulo, ele é suspeito de entrar em contato com a mãe de uma paciente internada na Maternidade Celso Pinheiro, cujo prejuízo foi de R$ 7,5 mil. Nos hospitais Sírio Libanês e Alberto Einsten, Valfrido ligou para parentes, se identificando como Dr. Pablo, o mesmo profissional que atendia uma vítima. Foram 4 transferências que totalizaram R$ 10 mil.

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