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Capital

Presos alegam que policiais chegaram para revista geral, mas negam motim

Detentos teriam reclamado depois que agentes chegaram ao local ofendendo internos e seus familiares

Ana Paula Chuva | 24/01/2023 15:11
Presos alegam que policiais chegaram para revista geral, mas negam motim
Fachada da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira. (Foto: Ana Paula Chuva | Arquivo)

Dois internos da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira, apontados como responsáveis pelo motim na tarde de segunda-feira (23), Lucas Aparecido Lourenço da Silva, 21 anos, e Lucas Portes Silva, 27, alegaram em depoimento que policiais do Cope (Comando de Operações Penitenciárias) foram ao local para revista geral e negam que houve rebelião.

À polícia, Lucas Aparecido relatou que cumpre pena por crimes de tráfico e roubo na unidade penal e que a equipe do Cope “apareceu” para revista geral. Segundo ele, os agentes teriam chegado ao local ofendendo os internos e suas famílias. Alguns presos então ficaram com raiva e começaram a reclamar das ofensas.

No depoimento, ele afirma que em determinado momento os presos foram colocados novamente na cela e ele foi levado para outro pavilhão junto com Lucas Portes. No local, eles teriam pedido para que o chefe de segurança do presídio “desse uma atenção”, pois não estariam envolvidos em nada, mas que por não serem atendidos passaram a chacoalhar a grade da cela.

Ele alega que a grade já estava solta, por isso acabou sendo derrubada por eles. Neste momento, Lucas Aparecido afirma que os policiais do Cope passaram a atirar com elastômero contra os internos, proferindo ameaças a eles e seus familiares, mas diz que em nenhum momento resistiu ou ofendeu os agentes.

A versão é confirmada por Lucas Portes. O interno declarou que cumpre pena na unidade por roubo e que os policiais teriam chegado no local ofendendo dos internos e seus familiares. Com isso, eles ficaram com raiva e passaram a reclamar. Em determinado momento, ele e Lucas Aparecido foram levados para outro pavilhão, no local ele foi agredido com pauladas e o colega de cela foi atingido com tiros de borracha.

Policiais Penais – Na versão dos policiais penais, equipe do Cope foi acionada porque a dupla, que cumpre pena na cela 2 na galeria disciplinar B, se amotinaram e passaram a promover “desordem no estabelecimento prisional, insuflando demais custodiados da unidade”. Os agentes afirmam ainda que a dupla danificou de forma dolosa os batentes da cela e tomaram o corredor da galeria.

Os internos então passaram a ofender os policiais e dizer “nós somos a maior facção do país. Na rua nós não vamos com borracha não. Esse tipo de coisa é pra cobrar arrancando a cabeça. Vocês vão embora e nós vamos quebrar tudo”, teriam declarado os presos. Com isso, foi feita a intervenção pelos agentes do Cope e Lucas Aparecido e Lucas Portes acabaram resistindo, arremessando objetos contra a equipe.

Com isso, os agentes passaram a dar tiros de espingardas calibre 12, municiadas com balas de borracha, e acabaram lesionando Lucas Aparecido nas costas. Ele foi levado para atendimento médico na unidade prisional e em seguida encaminhado para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, onde o caso foi registrado.

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