ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  24    CAMPO GRANDE 27º

Capital

Presos prometem reavaliar greve de fome após visita de advogados

Advogados afirmam que vão repassar à OAB nesta sexta-feira (19) problemas relatados pelos detendos durante a visita

Nyelder Rodrigues | 18/02/2021 19:43
Familiares fazem fila para entregar roupas e material de higiene (Foto: Direto das Ruas)
Familiares fazem fila para entregar roupas e material de higiene (Foto: Direto das Ruas)

O grupo de presos em greve de fome na Penitenciária de Regime Fechado da Gameleira, em Campo Grande, foi visitado na tarde desta quinta-feira (18) por quatro advogados que conversaram e prometeram levar à diante as reivindicações deles. A greve já dura seis dias, já que começou no sábado (13) passado.

Conforme um dos advogados que foram ao local, Paulo Macena, os presos prometerem reavaliar a greve e podem encerrá-la ainda hoje. "Eles se sentiram bem seguros e sabem que foram ouvidos, mesmo que só nós tenhamos ido até lá. Pedimos para que voltem a aceitar a alimentação, para o bem da saúde deles", comenta.

Macena conta ainda que recebeu um 'dossiê' dos internos do local, inaugurado em 2019, e que tudo será transformado em documento a ser documentando na comissão de Direitos Humanos da seccional local da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

O protocolo na OAB deve ser feito no início da tarde dessa sexta-feira (19). Outros órgãos de direitos humanos devem ser acionados, explica Paulo, além do Ministério Público. "A direção do presídio nos recebeu bem e nos permitiu acesso a todos pavilhões. Pudemos conferir tudo e ouvir todos as reivindicações".

Enfraquecimento - Conforme apurado pela reportagem, a greve de fome perdeu força depois que pelo menos 150 dos 550 internos passaram a recursar as refeições do presídio como forma de protesto. Os presos fazem várias reivindicações.

Ontem à noite, apenas parte dos detentos que ficam nas celas do Pavilhão 1 recursaram o jantar e hoje pela manhã, alguns deles não quiseram o café da manhã. "Eles pegam duas marmitas e dividem entre todos da cela. Tipo, duas para cada oito", afirmou um servidor, que pediu para ter o nome preservado.

Bilhete enviado à reportagem seria pedido de socorro de um dos presos entregue a advogado
Bilhete enviado à reportagem seria pedido de socorro de um dos presos entregue a advogado

Familiares dos detentos alegam que o tratamento da unidade "é totalmente desumano". Companheira de um presidiário, que pediu para não ter o nome divulgado, afirma que o pedido de socorro chegou por bilhete, enviado por outro detento, através do advogado.

"Muitos presos não têm colchão e nem uma coberta pra dormir em cima. A água para beber e tomar banho é quente. Totalmente desumano". Ela afirma que como as visitas estão suspensas, famílias também estão impedidas de levar alimentos para os internos.

PCC - O Campo Grande News apurou, porém, que a greve de fome começou antes, estimulada por lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital) na unidade. A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) confirma que o protesto foi mobilizado pela facção e estima que cerca de 150 detentos tenham aderido.

"Desde o sábado [dia 13], um grupo formado por lideranças negativas passou a recusar as refeições oferecidas, exigindo que sejam autorizadas algumas regalias na penitenciária, entre elas televisores nas celas", diz a nota.

Nos siga no Google Notícias