Mulher apontada como operadora do PCC deixa cadeia e vai para prisão domiciliar
Juiz autorizou que Selma Roas responda ao processo em casa por ser a responsável por filho menor de 12 anos
Selma Nunes Roas, conhecida como Barby e apontada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) como parte da logística do PCC (Primeiro Comando da Capital), foi a primeira mulher presa na Operação Blindagem a deixar a cadeia depois de pagar fiança de R$ 3 mil. A liberdade foi autorizada pelo juiz Idail De Toni Filho, que converteu a prisão preventiva em domiciliar com tornozeleira eletrônica e diversas restrições de circulação.
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Selma Nunes Roas, conhecida como Barby, foi liberada após pagar fiança de R$ 3 mil, tornando-se a primeira mulher solta na Operação Blindagem. A Justiça converteu sua prisão preventiva em domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica e restrições de circulação. Apontada pelo Gaeco como parte da logística do PCC, Selma foi presa em 7 de novembro durante operação que combate esquema de tráfico de drogas, extorsões e lavagem de dinheiro. Na ocasião, foi encontrado um revólver calibre .38 em sua residência. A liberação considerou sua condição de mãe solo de criança menor de 12 anos.
A Operação Blindagem foi deflagrada no dia 7 de novembro para combater um esquema que, segundo o Gaeco, movimentava tráfico de drogas, extorsões, comércio ilegal de armas e lavagem de dinheiro com ramificações no PCC. Selma foi presa no mesmo dia, durante o cumprimento simultâneo de mandado de prisão preventiva e busca e apreensão. No local, a equipe encontrou um revólver calibre .38 ao lado da cama, com seis munições no tambor e outras dez guardadas em uma meia. A arma estava em um coldre, e Selma assumiu a posse no momento da abordagem, conforme o auto registrado na Depac Cepol.
O flagrante ocorreu enquanto ela já era investigada por atuar, ao lado de Alexssandro Pereira Silva, na logística do frete seguro, modalidade usada pelo grupo para transportar cargas de drogas entre estados, preservando rotas e pagamentos. Para o Gaeco, Selma ajudava financeiramente o esquema, intermediava deslocamentos e repasses e mantinha armas na própria residência, funcionando como apoio operacional ao líder Kleyton de Souza Silva, o Tom, preso em Aquidauana.
O que diz a defesa - Nos autos, a defesa nega o papel atribuído a Selma. Segundo o advogado Marcos Ivan, parte das conclusões do Gaeco se apoia em fragmentos de conversas antigas extraídas de um único celular apreendido na cela de Tom em 2021. Ele afirma que as oitivas desta semana não confirmam a participação dela no núcleo da organização.
Apesar do contexto da investigação, o Ministério Público se manifestou a favor da substituição da prisão. O juiz destacou entendimento do Supremo Tribunal Federal que autoriza prisão domiciliar a mães de crianças menores de 12 anos quando o crime não envolve violência direta. No processo, Selma aparece como a única responsável pelo filho, já que o pai da criança também está preso.
A partir de agora, ela deve permanecer no endereço informado nos autos, com circulação limitada a 300 metros da residência. Selma não pode sair da comarca por mais de quatro dias, deve comparecer a todos os atos judiciais e está proibida de manter contato com outros investigados da Blindagem, inclusive o companheiro. Nos fins de semana, feriados e dias de folga, o recolhimento em casa é obrigatório. Qualquer descumprimento pode levar à retomada imediata da prisão preventiva.
A Aegen ficará responsável por instalar e monitorar a tornozeleira. Após 180 dias, Selma poderá pedir a retirada do equipamento caso não haja nova ordem judicial.
Entenda - Deflagrada no dia 7 de novembro, a Operação Blindagem cumpriu 76 mandados judiciais em Campo Grande, Aquidauana, Dois Irmãos do Buriti, Miranda e outras cidades. Foram 35 mandados de prisão preventiva e 41 de busca e apreensão, todos voltados para uma rede criminosa apontada pelo Gaeco como ligada ao PCC.
O grupo é investigado por tráfico interestadual de drogas, extorsões, comércio ilegal de armas, lavagem de dinheiro e cobrança violenta de dívidas. Interceptações reveladas ao longo da operação indicam que a quadrilha era comandada por Kleyton de Souza Silva, o Tom, de dentro da Penitenciária Estadual de Aquidauana, com apoio de operadores externos, motoristas, advogados, contadores e mulheres ligadas ao grupo.
De acordo com o Gaeco, ao menos 30 pessoas seguem presas preventivamente enquanto avançam as oitivas e análises de apreensões realizadas durante a ação.
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