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Capital

Projéteis extraídos de corpos são peças-chave para perícia em arsenal

Armas foram enviadas à PF por questão técnica e pela estrutura de segurança

Aline dos Santos | 18/06/2019 10:08
Primeiro fuzilamento foi registrado em 11 de junho de 2018 na Capital. (Foto: Saul Schramm/Arquivo)
Primeiro fuzilamento foi registrado em 11 de junho de 2018 na Capital. (Foto: Saul Schramm/Arquivo)

A perícia que pode apontar a ligação entre o arsenal apreendido com guarda municipal e uma série de três fuzilamentos em Campo Grande tem a “vantagem” de contar com projéteis extraídos dos corpos. Além do poder de destruição, o fuzil, utilizado nas execuções, tem uma característica que dificulta bastante o trabalho técnico: a deformação dos projéteis.

Conforme apurado pela reportagem, na maioria das vezes nem sobram projéteis, mas apenas fragmentos. O que torna a perícia mais complicada. De acordo com o titular do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) , Fábio Peró, os projéteis extraídos das vítimas foram levados do Instituto de Criminalística para a PF (Polícia Federal), que fará a perícia.

“No chão, ele [projétil] deforma muito e não é possível fazer. Mas do corpo é praticamente certo. Todos tinham projéteis e a deformação é bem menor” afirma o delegado.

A previsão é de que o trabalho da perícia leve meses. O levantamento técnico inclui busca por material genético (suor, cabelo) em todas as armas, munições, bandoleiras (faixa transversal que segura o fuzil), mochila e bolsas táticas apreendidas.

O procedimento também vai coletar impressões digitais, fazer exame de eficiência nas armas e microcomparação balística. O arsenal foi enviado para a Polícia Federal por questão técnica e também pela estrutura de segurança para a custódia das armas.

Em 19 de maio, foram apreendidos seis fuzis, um revólver, 17 pistolas e duas espingardas em imóveis ligados ao guarda municipal Marcelo Rios, que também trabalhava na segurança particular de empresário de Campo Grande.

Ao denunciar o guarda à Justiça pela posse as armas, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), braço do MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), apontou que “não passa despercebido que várias das execuções ocorridas recentemente em Campo Grande foram perpetradas com fuzis calibre .762, que é uns dos apreendidos em poder do denunciado”.

Foram três mortes com fuzil AK47: Ilson Martins de Figueiredo (policial militar reformado e então chefe da segurança da Assembleia Legislativa), Orlando da Silva Fernandes (ex-segurança do narcotraficante Jorge Rafaat) e universitário Matheus Coutinho Xavier (a suspeita é de que o alvo fosse seu pai, um policial militar reformado).

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