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Capital

Protesto após greve acontece em Campo Grande e mais oito municípios

Natalia Yahn | 24/02/2016 11:12
Servidora se vestiu de "Dona Morte" para protestar. (Foto: Natalia Yahn)
Servidora se vestiu de "Dona Morte" para protestar. (Foto: Natalia Yahn)

Apenas quatro meses após o fim de uma grave que durou 130 dias servidores técnicos e administrativos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e HU (Hospital Universitário), voltaram a protestar hoje (24), em Campo Grande e mais oito municípios do interior. A paralisação acontece também em Aquidauana, Chapadão do Sul, Três Lagoas, Corumbá, Coxim, Naviraí, Ponta Porã e Nova Alvorada do Sul.

Na Capital a manifestação contra a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) – que administra o hospital – e possíveis privatizações na universidade aconteceu em frente ao prédio do HU, no bairro Piratininga. O dia de paralisação teve início às 7 horas de segue até o fim da tarde.

Em Campo Grande a ação reuniu aproximadamente 50 servidores, e teve até uma pessoa fantasiada de “Dona Morte”. “Vim levar a Ebserh”, disse ela ao ser questionada sobre quem morreria e sem revelar a verdadeira identidade.

O tom de brincadeira na verdade é para protestar contra a empresa, que passou a administrar o HU no ano passado, mas já estava presente no hospital desde 2013. “Foi uma privatização, e não mudou nada. Falta gestão, tem gente morrendo na unidade, superlotação. Além de faltar medicamentos, materiais permanentes e insumos. Não está melhor, nada”, disse o coordenador-geral do Sista-MS (Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino do Estado de MS), Márcio Saravi.

A privatização do ensino se refere à tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 395/14, que permite, se aprovada, às universidades cobrarem por cursos de pós-graduação lato sensu, (especialização), de extensão e de mestrado profissional.

“Além da terceirização do HU também somos contra a proposta de privatizar os cursos de pós-graduação. Na verdade querem terceirizar tudo e vão pelas beiradas”, afirmou a servidora administrativa Janialy Alves, 33 anos, que trabalha na UFMS há 6 anos.

Jussanira Lemes, ao lado dos filhos Mateus, 1 ano, e Fernando, 10, saíram sem receber atendimento no HU. (Foto: Pedro Peralta)
Jussanira Lemes, ao lado dos filhos Mateus, 1 ano, e Fernando, 10, saíram sem receber atendimento no HU. (Foto: Pedro Peralta)

Greve – A greve do Sista aconteceu entre os dias 28 de maio e 7 de outubro do ano passado. Os grevistas queriam reajuste de 27,3% e chegaram a propor 19.7%. O Governo propôs reajuste parcelado em quatro anos e depois reduziu para dois, mas não alterou os percentuais de 5,5% para agosto de 2016 e 5% para janeiro de 2017. A UFMS tem 11 campi e 1.700 professores ativos, entre concursados e temporários.

Até agora, por conta da greve do ano passado, o ano letivo de 2016 não teve início, e a previsão é de começar apenas em maio. A paralisação dos professores da UFMS aconteceu entre os dias 15 de junho e 13 de outubro de 2015.

Problema - O atendimento no HU não foi interrompido por conta da paralisação, mas outros problemas aconteceram logo no início da manhã e muitas pessoas deixaram o local sem realizar exames. Os aparelhos de ressonância e o de raio-x deixaram de operar, às 2 horas da manhã e por volta das 8 horas, respectivamente.

A autônoma Jussanira Lemes, 40 anos, chegou ao hospital às 6 horas e foi embora três horas depois sem conseguir que o filho, Fernando, de 10 anos, fizesse um raio-x. “Tinha umas 30 pessoas esperando, todo mundo levantou e foi embora. Meu filho tem consulta amanhã (25) com o pediatra e precisava do exame, mas não foi feito. Disseram que o aparelho estragou”.

A Ebserh disse que o atendimento aconteceu normalmente durante a manhã desta quarta-feira, e e paralisação do servidores não afetou o funcionamento do HU. A empresa que administra o hospital confirmou que os equipamentos tiveram problemas no início da manhã, mas voltaram a funcionar por volta das 10h30.

O problema aconteceu no computador que armazena os dados dos exames, porém a situação já foi resolvida e os exames voltariam a acontecer. A pessoas que deixaram o hospital sem passar pelos procedimentos terão que reagendar os mesmos.

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