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Capital

Público antecipa visita de Finados e movimenta cemitérios na véspera

'Reencontro' com os que já morreram é hábito sagrado repetido todos os anos por várias pessoas

Nyelder Rodrigues e Marcos Rivany | 01/11/2020 09:24
Por causa da covid-19, movimentação foi antecipada nos cemitérios (Foto: Paulo Francis)
Por causa da covid-19, movimentação foi antecipada nos cemitérios (Foto: Paulo Francis)

O hábito é batido, mas sagrado e que todo ano há de acontecer. Visitar os familiares já falecidos nos cemitérios para muitos é obrigatório no Dia de Finados (2 de novembro), mas que em 2020 vem tendo sua movimentação antecipada para evitar as aglomerações tão refutadas no período de pandemia da covid-19 mundo à fora.

Sentir-se nostálgico diante das cruzes e túmulos pode até soar melancólico, mas é ali, naquele momento, que muitos reencontram na memória bons momentos e mantêm a paz de espírito. Há também quem aproveite para cuidar daqueles que já se foram.

"Todo ano a gente antecipa [a ida ao cemitério] por conta da quantidade de pessoas. Como esse ano tem a covid-19, então mantemos", destaca Maria da Silva Pereira, de 58 anos, que conversou com a reportagem enquanto limpava o túmulo de seus familiares no cemitério do Santo Amaro, que fica no bairro homônimo e é o maior de Campo Grande.

Ali, são 44 mil pessoas enterradas e o movimento, apesar de ainda ser véspera de Finados, já é grande, inclusive com vários ambulantes já prontos ao redor do local. O uso de máscaras é obrigatório e logo na entrada, também é a aplicação de álcool em gel.

Ambulantes aproveitam para garantir renda extra nesse fim de semana (Foto: Paulo Francis)
Ambulantes aproveitam para garantir renda extra nesse fim de semana (Foto: Paulo Francis)

"Vim ontem (31) e voltei hoje justamente para evitar as aglomerações que devem ser maiores amanhã (2). Não posso deixar de visitar os meus familiares que já se foram", comenta Julio Higute, de 77 anos, assim como a vendedora Ana Regina, de 52 anos.

"Preferi vir hoje por que é mais calmo e é melhor para evitar a covid também. Tenho bastante medo dessa doença", frisa Regina, que no Santo Amaro tem enterrados filho, sogra e sobrinhos enterrados no local.

Quem também optou por antecipar a visita de Finados foi a operadora de caixa Edineia Martins Xaram. "Amanhã vai estar muito tumultuado por causa da covid-19. Então por causa dessa pandemia, é melhor evitar", argumenta.

Nas ruas - Além dos muros do cemitério, os ambulantes aproveitar para tentar garantir uma rende extra nesse período. É o caso de Eliane Pereira, que tem 49 anos e há 30 vai sempre ao portão do Santo Amaro para garantir um dinheiro a mais.

"Esse ano está bem evidente que as pessoas estão se antecipando para não ter nenhum problema por causa da pandemia", conta Eliane, que também está vendendo máscaras de proteção. Apesar da antecipação, ela acredita que o movimento amanhã vai aumentar.

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