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Capital

“Puxadinho” de lona entre lojas expõe problema antigo no Centro

Abandonada, região da Orla Ferroviária abriga cada vez mais moradores de ruas e usuários de drogas

Tainá Jara | 02/02/2021 18:58
Barraco levantado em terreno baldio na Calógeras, região central de Campo Grande (Foto: Aletheya Alves )
Barraco levantado em terreno baldio na Calógeras, região central de Campo Grande (Foto: Aletheya Alves )

Nem a construção de espaço de convivência, como a Orla Ferroviária, tirou da região próxima a Avenida Calógeras, entre as avenidas Mato Grosso e Afonso Pena, no Bairro Cabreúva, o estigma de lugar por abrigar inúmeros moradores de rua e usuários de drogas. O problema, no entanto, mesmo que persistente, acaba sendo absorvido pela rotina e só desponta aos olhos de alguns quando algo um pouco mais inusitado acontece.

Desta vez, foi o “puxadinho” de lona, levantado no terreno baldio, há mais ou menos três dias, entre prédios comerciais, um deles o da concessionária Energisa, foi o saltou a ordem do dia. O pequeno barraco azul não veio sozinho. Pneus fazem às vezes de móveis e o cercado de arame se torna varal para peças de roupa. Não é preciso ficar muito ali para ver o ocupante pedindo dinheiro na rua.

O incomodo, no entanto, ultrapassa o visual. Comerciantes se queixam da falta de segurança na região e de programas para ajudar pessoas em situação de rua.

Lojista de 63 anos, que preferiu não se identificar, diz que mantém comércio já 20 anos no mesmo local. A situação, segundo ela, é a mesma em duas décadas. Medo ela tem, mas diz que já se acostumou. Perdeu as contas das vezes que foi furtada, mesmo com instalação de sistema eletrônico de segurança.

Vendedora de 29 anos relata que só no ano passado a loja foi arrombada duas vezes seguidas. Levaram tudo. Até fios da rede de eletricidade já foram levados. “Precisamos trancar janelas e porta de emergência, porque eles estavam entrando”, afirmou.

Há temor mesmo de quem passa por alguns minutos. No ponto de ônibus, a insegurança é ainda maior. A doméstica Augusta ferreira, 58 anos, se sentem segura apenas nos terminais. “Eu sempre tenho medo esperar ônibus nas ruas. Não importa muito onde seja. Aqui mesmo, sempre tem muita gente pedindo e se você nega. Pode virar um problema. Mas, o que você vai fazer? Mostrar a carteira? Eu não tenho coragem”.

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