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Capital

Quebrado, monumento no aeroporto de Campo Grande completa um ano

Em fevereiro de 2014 chegaremos ao 13º mês sem uma solução anunciada

Paulo Renato Coelho Netto, especial para o Campo Grande News | 30/01/2014 15:50
Monumento Pantanal Sul. Foto:(Paulo Renato Coelho Netto)
Monumento Pantanal Sul. Foto:(Paulo Renato Coelho Netto)
A cena que se vê do que restou do cartão postal. Foto:(Paulo Renato Coelho Netto)
A cena que se vê do que restou do cartão postal. Foto:(Paulo Renato Coelho Netto)
Uma das aves, que representa o pouso das aeronaves. Foto:(Paulo Renato Coelho Netto)
Uma das aves, que representa o pouso das aeronaves. Foto:(Paulo Renato Coelho Netto)

Em qual país do mundo um dos principais monumentos turísticos ficaria um ano quebrado, sem previsão de reforma? No Brasil, mais especificamente em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul.

Há exatamente um ano, quem chega à cidade pelo Aeroporto Internacional Antônio João se depara com o Monumento Pantanal Sul quebrado, caído. Um descaso na principal porta de chegada para turistas e, principalmente, para a população local.

A peça central do Monumento Pantanal Sul, que personifica a decolagem da ave, foi a nocaute devido a chuvas torrenciais em janeiro de 2013.

Desde então, o artista plástico Cleir, que idealizou e construiu o monumento, vem percorrendo vias sacras à procura de patrocínio para reerguer a obra.

Ele precisa de R$ 130 mil reais para reconstruir a peça, além de fazer a manutenção nas outras duas que compõem o complexo.

Desde que foi criado, há 14 anos, o Monumento Pantanal Sul não recebeu uma única manutenção.

Aves símbolo do pantanal sul-mato-grossense, os tuiuiús que ornamentam e recebem de asas abertas os turistas que chegam a Mato Grosso do Sul poderiam muito bem ser usados como ícones da burocracia para se resolver um problema aparentemente simples no Brasil.

Lá se foi um ano e a ave continua no chão, sem que o responsável pela reconstrução, no caso a Infraero, resolva o problema. Em fevereiro chegaremos ao 13º mês sem solução anunciada.

Pesando cerca de quatro toneladas, a peça de concreto tem seis metros de altura e envergadura de doze metros.

As outras duas aves que sobreviveram ao temporal representam, respectivamente, o pouso e o abastecimento, esta com o bico na lâmina d’água como se estivesse comendo um peixe.

Uma metáfora genial do artista plástico campo-grandense Cleir que construiu e assinou o projeto, referindo-se às três etapas das aeronaves que pousam, reabastecem e decolam, desembarcando e embarcando passageiros na capital do Estado.

Caso a Infraero autorize a reconstrução da peça quebrada em fevereiro, somando-se o prazo para que o trabalho seja finalizado, mais o tempo perdido, a simples reforma vai levar nada mais nada menos que quinze meses, 450 dias!

Que tipo de país pode se considerar razoavelmente sério que precisa de 450 dias para recuperar um monumento?

Tudo seria evitado se as aves do monumento passassem por manutenção temporária, o que não acontece.

Como de hábito neste país, geralmente as coisas são feitas e abandonadas à própria sorte para que o tempo tome conta de destruir por completo, como é o caso da Ferrovia Noroeste do Brasil.

Não temos o hábito de preservação e conservação. As estradas são construídas e destruídas por falta de zelo. O asfalto urbano é uma ridícula colcha de retalhos pelo mesmo motivo.

Em um país no qual não existe o menor respeito pelo idoso, pelo dinheiro público, pelo índio, pelo cidadão ou as crianças, olhando por este lado, mais de um ano para arrumar um tuiuiú é perfeitamente compreensível. Ou mais. Vamos aguardar.

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