No penúltimo dia do Refis, Central do Cidadão vira "formigueiro" de endividados

O penúltimo dia do Refis (Programa de Recuperação Fiscal) 2025 levou centenas de contribuintes à CAC (Central de Atendimento ao Cidadão), nesta quinta-feira (11), numa corrida para colocar o IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana) e outros tributos municipais em dia.

A oportunidade é para negociar os débitos com a Prefeitura de Campo Grande e garantir descontos de até 80% em juros e multas, além de condições ampliadas de parcelamento para dívidas tributárias e não tributárias geradas até 10 de novembro.

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Aposentado e veterano do Refis, Agnaldo Guimarães, de 59 anos, chegou preparado para enfrentar fila, mas teve uma surpresa dupla: na espera e no bolso.

“Fui surpreendido. Cheguei achando que seria uma dívida alta, mas saiu por um valor que cabe no bolso. Nunca vi uma parcela tão baixa”, comemorou. Ele conta que sua dívida do IPTU ultrapassava R$ 2 mil, mas com os descontos vai parcelar por menos de R$ 1 mil. “Sempre venho aproveitar o Refis.”

Ele estava acompanhado da esposa Valzmirina Silva, de 51 anos. Ela conta que eles chegaram 8h40 e saíram 11h.

Quem também enfrentou a fila foi o contador William Costa, de 36 anos, que representava cerca de 20 clientes para parcelamento de ISS (Imposto Sobre Serviços). As dívidas variam de R$ 20 mil a R$ 30 mil.

Ele reclama da dificuldade no atendimento. “Tentei fazer online e não deu certo. Os débitos não carregam na página, o WhatsApp também não funciona. Por isso fica esse tumulto aqui”, criticou.

Segundo ele, a procura sempre aumenta no fim do prazo. “Hoje está muito difícil para o empresário. As cargas tributárias são muito altas, os contadores estão na loucura. Empresário deixa tudo pra última hora”, disse.

A dona de casa Lilian Toledo, de 53 anos, já é rosto conhecido no atendimento do Refis este ano: esta foi a quarta vez que tentou resolver o parcelamento do IPTU.

“Uns dias o sistema caiu, outros eu não consegui atendimento. O que falta aqui é uma seleção, separar as pessoas por IPTU, por exemplo, por cada serviço. A gente acaba desistindo pelo tempo que demora”, relatou. Segundo ela, quando chegou às 9h55, tinha 200 pessoas à sua frente. Lilian está devendo 2 anos de IPTU e estima que apenas um ano custa em média R$ 2.680.

O jardineiro aposentado Jorge Ferreira da Silva, de 65 anos, quase perdeu o prazo. Pensou que o último dia era hoje e correu ao ser avisado pela filha.

“Peguei o lugar cheio, foi uma surpresa. Nas outras vezes tinha pouca gente”, disse ele, acrescentando que quer regularizar cerca de R$ 3 mil em IPTU.

Jorge destaca que cada desconto faz diferença. “A gente que é pobre, tudo é inviável. Se tiver um desconto de 30 reais já ajuda”, finalizou.

Vantagens – Para pagamento à vista, é possível abater no máximo 80% nos juros e multas. Há possibilidade de parcelamento em até 60 vezes para débitos econômicos e até 18 vezes para débitos imobiliários, com redução de até 60% nos acréscimos.

Contribuintes que já possuem parcelamentos ativos também podem obter novos descontos ao quitar parcelas atrasadas. Multas administrativas têm abatimento de 80% para pagamento à vista.

Este ano também tem a possibilidade de transação fiscal, que permite acordos personalizados para dívidas acima de R$ 150 mil, com possibilidade de parcelamento em até 120 vezes, mediante avaliação da Câmara de Conciliação Fiscal.

O atendimento está disponível pelo portal refis.campogrande.ms.gov.br, que funciona 24 horas, ou pelo WhatsApp (67) 4042-1320, com suporte de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h.

Presencialmente, os interessados em negociar podem procurar a Central de Atendimento ao Cidadão, das 8h às 16h, sem intervalo para almoço.

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