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Capital

Repasse para abertura de Hospital do Trauma vira "jogo de empurra"

Instituição voltada para ortopedia foi inaugurada em março de 2018, depois de quase 20 anos de construção

Mayara Bueno | 13/07/2018 13:10
Fachada do Hospital do Trauma, do lado da Santa Casa de Campo Grande. (Foto: Paulo Francis/Arquivo).
Fachada do Hospital do Trauma, do lado da Santa Casa de Campo Grande. (Foto: Paulo Francis/Arquivo).

Pronto há quase quatro meses depois de 20 anos do início da construção, o Hospital do Trauma, unidade de ortopedia anexa à Santa Casa de Campo Grande, esbarra na falta de repasse e no "jogo de empurra" para começar o atendimento. 

Quando foi entregue, em 25 de março de 2018, a expectativa era de que em 30 dias o local estaria aberto à população. A promessa foi do então ministro da Saúde, Ricardo Barros. O que faltava era a definição de quanto o Ministério da Saúde repassaria à instituição de saúde.

Contudo, segundo a própria pasta federal, existem "alguns documentos pendentes para o andamento do processo". "O gestor local já está sendo informado sobre esta pendência. O valor de repasse só poderá ser confirmado após a publicação da portaria", afirmou em nota.

O Ministério da Saúde não disse qual secretaria de Saúde [do Estado ou de Campo Grande] estaria com a documentação pendente. Contudo, ambas respondem que não existe qualquer pendência para continuidade do pedido de repasse. 

Por meio de nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), pasta que tem a gestão plena de saúde da Capital, disse que a definição de custeio depende de reunião com o Comitê Gestor, formado por representantes do Ministério da Saúde, dos governos municipal e estadual, além da Santa Casa.

O encontro ainda não foi formalizado pelo hospital, afirma. "Impedindo que sejam definidos os valores e formalização da contratualização. O município tem interesse no funcionamento da Unidade para atender a população".

Já o governo estadual, por meio de sua secretaria de Saúde, disse que se comprometeu a repassar mensalmente R$ 2 milhões para custeio do Hospital do Trauma. Acrescenta, ainda, que não existe nenhum documento faltando.

"Assim que o Ministério da Saúde liberar o valor de R$ 6 milhões, prometido pelo então ministro da Saúde, Ricardo Barros, no dia da entrega da obra da unidade, o recurso estadual será também encaminhado".

Também questionada sobre o impasse, a Santa Casa respondeu que "não falta nada para definir o montante necessário". Segundo a instituição, a questão já foi definida por técnicos em um plano operativo, enviado ao Ministério da Saúde em fevereiro. "A contratualização parte do Poder Público e o entendimento de quantitativos de parceria entre eles não cabe ao hospital, mas aos mesmos".

Anteriormente, a instituição já havia dito que precisa de pelo menos R$ 10 milhões por mês, somados os repasses, para conseguir manter o atendimento.

Estrutura – O hospital terá 100 leitos de internação, 10 UTIs (Unidade de Terapia Intensiva), cinco salas cirúrgicas, duas salas para pequenos procedimentos cirúrgicos, três salas de observação com 15 leitos, três consultórios, duas salas de odontologia, duas salas de radiologia, uma sala de fisioterapia, uma sala de reabilitação, uma sala de tomografia, sala de emergência, área para recebimento de ambulâncias e estacionamentos que comporta 55 carros e 12 motos.

Para reforma e conclusão do hospital, ao lado da Santa Casa, foram investidos R$ 8,7 milhões - R$ 3,2 milhões da prefeitura, R$ 2,8 milhões do Ministério da Saúde, R$ 1,6 milhão do governo do Estado e R$ 890 mil da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), que administra a Santa Casa.

Tecnicamente, o nome é Unidade do Trauma porque compartilha setores como cozinha, lavanderia e administração.No caso da alimentação, a Santa Casa já tem produção diária de 4.500 refeições.

 

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