ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
SETEMBRO, SEXTA  05    CAMPO GRANDE 23º

Capital

Réu é condenado por assassinato de “Opala do PCC” e por atirar contra PM

Durante o julgamento, Eriton Amaral de Souza confessou o crime e afirmou estar em paz após a execução

Por Ana Paula Chuva | 05/09/2025 07:16
Réu é condenado por assassinato de “Opala do PCC” e por atirar contra PM
Eriton durante julgamento na manhã de quinta-feira (Foto: Marcos Maluf)

O Conselho de Sentença condenou Eriton Amaral de Souza a 24 anos e nove meses de prisão em regime fechado pelo assassinato de Matheus Pompeu Dias, o “Opala do PCC”, e por tentar matar um policial militar que atendia a ocorrência. O crime aconteceu em março de 2024, quando a vítima saía do local de trabalho no bairro Jardim Montevidéu, em Campo Grande. O julgamento foi na quinta-feira (4).

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Eriton Amaral de Souza foi condenado a 24 anos e nove meses de prisão em regime fechado pelo assassinato de Matheus Pompeu Dias e tentativa de homicídio contra um policial militar em Campo Grande. O crime ocorreu em março de 2024, no Bairro Jardim Montevidéu.Durante o julgamento, o réu confessou o crime, alegando que o homicídio foi motivado por um sentimento de ódio após a morte de seu filho prematuro, consequência de um atentado sofrido em 2016. O Conselho de Sentença rejeitou as teses da defesa e condenou Eriton por todos os crimes, incluindo porte ilegal de arma e adulteração de veículo.

Durante o júri, Tonzinho do Lageado confessou o crime e afirmou estar em paz após matar Matheus. Segundo ele, o homicídio não foi cometido por vingança, mas por um sentimento de ódio depois que seu filho morreu. O menino havia nascido prematuro após um atentado contra o autor e a esposa em 2016.

A defesa do acusado sustentou as teses de violenta emoção, a exclusão das qualificadoras do homicídio, a absolvição por legítima defesa e o afastamento da qualificadora na tentativa contra o policial militar, bem como a absolvição pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e de adulteração de sinal identificador de veículo.

O Conselho de Sentença decidiu condenar Eriton por todos os crimes. Com isso, o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, presidente da 1ª Vara do Tribunal do Júri, sentenciou Tonzinho a 16 anos pelo assassinato de Matheus, a 2 anos e 4 meses pela tentativa contra o policial, a 2 anos e 4 meses pelo porte ilegal de arma de fogo e a 4 anos e 1 mês pela adulteração do veículo.

Ao todo, a condenação do réu foi de 24 anos e nove meses em regime fechado.

Homicídio e tentativa – Segundo relatos do atirador, ele foi preso em flagrante por um policial do Batalhão de Choque, à paisana, que presenciou o crime. O caso aconteceu na Avenida Ana Rosa Castilho Ocampos, na saída para Cuiabá. Matheus morreu no local, dentro do Fiat Uno que dirigia.

Conforme o tenente-coronel Rigoberto Rocha, comandante do Batalhão de Choque, o assassino relatou que o desentendimento entre os dois começou na cadeia, quando cumpriam pena juntos. Mas não contou mais detalhes.

Matheus já havia sido alvo de atiradores, em abril de 2020, mas os autores acabaram matando a esposa dele por engano. Sônia Estela Flores dos Santos estava no carro da família, um Chevrolet Celta, ao lado do marido e com a filha de 4 meses no colo, quando foi ferida pelos disparos feitos por homens em uma motocicleta.

O policial do Batalhão de Choque, de acordo com a denúncia, passava pelo local quando viu o crime. Ele se aproximou e se identificou, momento em que Eriton se virou e atirou contra o militar, que não foi atingido, e, em seguida, correu. O servidor perseguiu o autor, que caiu da motocicleta e fugiu a pé, mas acabou sendo capturado pelo agente.

Réu é condenado por assassinato de “Opala do PCC” e por atirar contra PM
Marcas de tiro no parabrisa do veículo onde estava Matheus (Foto: Henrique Kawaminami)


 “Em paz” – Durante o julgamento, Eriton afirmou que não perseguia Matheus, mas que após ver um vídeo da vítima em rede social, decidiu mata-lo por conta de atentado que ele e a eposa, grávida de 3 meses, sofreram em 2016. Tudo começou após desentendimento entre os dois homens quando estavam presos.

Por conta daquele atentado, o filho de Tonzinho nasceu prematuro e com malformação. O menino morreu dois anos depois e o fato nutriu um sentimento de ódio no acusado.

"Não foi uma vingança; é uma coisa dentro de mim. Porque meu filho faleceu depois de um tempo. Aí eu fiquei com aquele vazio no coração, no peito. Não dormia bem, não conseguia viver bem, sempre pensando nele, mas não era vingança. É uma coisa que só quem perdeu um ente querido sabe como é", afirmou Eriton.

No dia do crime, ele contou que passou em frente ao local e viu que Matheus estava com um colega de trabalho. Ele então decidiu dar a volta na quadra e, ao retornar, encontrou a vítima saindo de carro sozinha e decidiu, então, efetuar os disparos. “O problema era só com ele”, pontuou Eriton.

Ele estava solto há 4 meses e comprou a arma e a motocicleta em grupos de rede social. Sobre o sentimento após a execução, Eriton afirmou que vive em paz. “Agora posso descansar. Não tenho mais aquele aperto no coração que tinha antigamente”, finalizou.

Réu é condenado por assassinato de “Opala do PCC” e por atirar contra PM
Policial ao lado do carro onde estava corpo da vítima (Foto: Henrique Kawaminami)

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.