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Capital

Réu por homicídio justifica tiros: "Me defendi do jeito que achei melhor"

Elias Lima diz que estava armado, mas não tinha intenção de usar revólver e foi provocado pela vítima

Silvia Frias e Bruna Marques | 24/05/2022 11:00
Réu por homicídio, Elias Lima presta depoimento durante julgamento. (Foto: Henrique Kawaminami)
Réu por homicídio, Elias Lima presta depoimento durante julgamento. (Foto: Henrique Kawaminami)

“Em uma briga, cada um se defende do jeito que pode. Eu me defendi do jeito que eu achei melhor”. Essa foi a justificativa do autônomo Elias Lima, 39 anos, por ter matado a tiros Alaor da Silva Borges, em briga de bar, em crime ocorrido em junho de 2018, no Jardim Tijuca.

Hoje, Elias está sendo julgado pelo crime de homicídio qualificado por motivação fútil e porte ilegal de arma, em sessão realizada pela 1ª Vara do Tribunal do Júri, em Campo Grande. O autônomo respondeu ao processo em liberdade.

Elias conta que os dois se atracaram. (Foto: Henrique Kawaminami)
Elias conta que os dois se atracaram. (Foto: Henrique Kawaminami)

Elias contou que não conhecia Alaor até entrar no bar da Rua Souto Maior, no Jardim Tijuca, na noite de 10 de junho de 2018. Contou que foi até o local para comprar cigarro e ficou por lá, jogando sinuca. Já estava armado, mas disse que não tinha “intenção de nada”. Sem porte, comprou a arma havia dois anos, em Bela Vista, por “questão de segurança”.

Depois de ter tomado seis latas de cerveja, começou a conversar com Alaor. “Veio me perguntar o que eu fazia, falei que não era do interesse dele, veio com ofensa, falando ‘comigo é na bala, no tapa’”. Elias teria dito “calma, amigão”. Em resposta, o outro disse “amigão é o c*****”.

Elias contou que pegou a jaqueta e resolveu ir embora, mas voltou ao perceber que havia esquecido o cigarro no balcão. Passou por Alaor, que estava na calçada e acabou ficando, pegando mais uma latinha de cerveja. “Nessa hora, só vi ele falando comigo, me chamou de várias palavras, ‘guri’, bastante coisa”, lembrou. “Disse que eu não era ninguém, que ele tinha carro e eu puxava carroça.”

No slide, Elias aponta como foi a briga com a vítima. (Foto: Henrique Kawaminami)
No slide, Elias aponta como foi a briga com a vítima. (Foto: Henrique Kawaminami)

O réu diz que tentou se desvencilhar, se afastando e dizendo “calma, amigo”. Segundo ele, Alor dizia “não sou seu amigo, cala a boca”. Elias diz que comentou que “homem é bravo”, pegou o cigarro e a latinha para tentar sair e foi seguido pelo outro. “Ele veio atrás e falou ‘fala na minha cara, comigo resolve assim', aí, a gente se atracou”.

A partir daí, Elias diz que foi tudo muito rápido e que não tinha intenção de matar. “Se tivesse, tinha atirado nele lá na calçada”. Os dois se atracaram e, na briga, o réu fez o primeiro disparo.

O réu diz que se lembra do homem deitado no chão, mas não de toda a sequência dos tiros disparados. “Eu não fiquei ali, a cabeça [tiro] pode ter sido na hora que ele foi sentando, depois que caiu, eu não fui lá atirar na cabeça dele”, se defendeu. Segundo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), foram disparados seis tiros, sendo que quatro atingiram a vítima.

Depois da morte, foi para casa, avisou a esposa o que havia acontecido e se apresentou à polícia. O réu responde o processo em liberdade.

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