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Capital

SAMU diz ter seguido protocolo para socorrer vítima de escorpião

Ana Paula Carvalho, Francisco Júnior e Marta Ferreira | 28/10/2011 16:32

Criança morreu 18h após ser picada por escorpião amarelo

Pai chora ao falar sobre acidente. (Foto: Pedro Peralta)
Pai chora ao falar sobre acidente. (Foto: Pedro Peralta)

Durante o velório da menina Maria Eduarda Rissi, de 3 anos, morta 18h após ser picada por um escorpião amarelo, no bairro São Francisco, em Campo Grande, o pai dela Valmir Rissi José,32 anos, alegou que a criança só recebeu o soro antiveneno quase três horas após o acidente e, que uma das dificuldades foi conseguir uma ambulância do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para socorrer a menina.

De acordo com o coordenador do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Mauro Luiz de Brito, que não quer fazer um contraponto com o que a família disse, o primeiro contato feito com o serviço foi às 19h47 de quarta-feira, e, pelas informações repassadas pela pessoa que ligou, a médica reguladora entendeu que não havia risco iminente de morte e que por isso orientou o comunicante a levar a criança, com veículo próprio, ao posto de saúde mais próximo.

Ainda de acordo com ele, durante o atendimento por telefone, são feitas várias perguntas que ajudam o regulador a identificar se o caso é grave e que as técnicas utilizadas pela médica são padrão. Ele relatou que se tivesse sido identificado a gravidade, uma ambulância teria sido disponibilizada.

O segundo contato foi realizado às 20h37 pelo pai da menina. Ele estava bastante exaltado. A terceira ligação aconteceu às 22h18, quando a equipe UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Coronel Antonino avisou que o caso havia se agravado e pediu que a criança fosse transferida ao Hospital Regional. Ainda de acordo com o coordenador, uma viatura foi disponibilizada e realizou a transferência.

Atendimento na UPA - De acordo com o médico especialista em pediatria emergencial, Carlos Roberto Moreira, a Maria Eduarda chegou à UPA consciente e vomitando. O acompanhante avisou que ela havia sido picada por um escorpião, como de rotina, o médico entrou em contato com o Civitox (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica) e informou sobre o caso.

Como não sabiam que era um escorpião extremamente venenoso, realizaram o procedimento de praxe. Ela recebeu medicamento antialérgico e outros analgésicos. Às 21h30 como o quadro dela não melhorava, eles entraram novamente em contato com o Civitox e foram orientados a transferi-la para o Hospital Regional.

O médico acredita que talvez a menina não tivesse sobrevivido, mesmo tendo sido levada direto para o hospital e não para a UPA. “O veneno desse escorpião e muito forte e, o fato de ser criança contribuiu para a gravidade do quadro. O veneno atinge os órgãos vitais e vai direto ao coração”, diz.

Ele também disse que não conhecia casos com o escorpião amarelo, já que quase não há ocorrências desse tipo.

Hospital Regional - A criança deu entrada no hospital ás 23h, levada pelo SAMU, quando chegou o quadro já era grave. Ela apresentava insuficiência respiratória e foi encaminhada direto ao CTI pediátrico.

Maria Eduarda passou por exames,recebeu medicação e o soro antiveneno. O quadro evoluiu para um edema agudo de pulmão e ela entrou em colapso.

Ela morreu às 13h de ontem em decorrência do edema, hemorragia pulmonar e parada cardíaca respiratória.

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