“Samurai”, que tentou fugir pelo teto de delegacia, ficará mais tempo na cadeia
Preso tentou escapar da Depac do Centro na tarde de ontem, mas teve a prisão preventiva decretada hoje

Homem que tentou fugir da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro, abrindo um buraco no teto de gesso, ficará na cadeia por tempo indeterminado. Eduardo Ferreira Oliveira é conhecido como “Samurai”, de 26 anos, e tal qual nos filmes, mostrou ter habilidades acima da média na tarde de ontem (12), mas como qualquer outro preso em flagrante, passou por audiência de custódia nesta sexta-feira (13), e teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Olivar Augusto Roberti Coneglian.
“Samurai” foi preso no fim da manhã de ontem (12), por furtar motocicleta no Centro de Campo Grande. Após usar chave micha (falsa) para tentar ligar motocicleta Honda Today em estacionamento na Rua Barão do Rio Branco, ladrão foi visto na esquina da Afonso Pena com a Pedro Celestino, empurrando o veículo. Policiais militares perguntaram se o “motociclista” precisava de ajuda e ele respondeu que precisava apenas ir até um posto de gasolina. Foi quando a equipe da PM viu a ferramenta usada em furtos de veículos na ignição da moto e deu voz de prisão para Eduardo Oliveira.
Levado para a Depac, conforme relatado no auto de prisão, ele foi colocado em uma ante-sala para aguardar a confecção dos documentos referentes ao flagrante de furto e a coleta de digitais para a confirmação da identificação, porque não portava RG, momento que fez um buraco no gesso do teto, caminhou no espaço entre a laje e o telhado até a recepção e tentou fugir, mas foi capturado pelos investigadores que estavam de prontidão para o registro de ocorrências.
Custódia – “Samurai” alegou ter sido torturado quando foi preso em flagrante e que 4 policiais participaram da agressões. “Levei porrada no rosto, bicuda, cabo de vassoura no corpo”, disse ao juiz, nesta sexta, sem saber dar o nome dos agressores. Afirmou ainda que é capaz de identificá-los pela fisionomia e que são policiais militares e civis.
O magistrado determinou que a queixa do preso seja enviada ao Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial, braço do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), que investiga casos de abuso por parte das forças de segurança, e ainda que o preso passe por exame de corpo de delito.
Olivar Coneglian rejeitou o pedido da defesa para que o preso responda processo em liberdade, já que Eduardo Oliveira é dono de extensa ficha na polícia e foragido. “Verifica-se, in casu, pelas condições do delito, em especial pela natureza do crime, aliado aos maus antecedentes, sendo, inclusive, reincidente, evadido do sistema prisional, bem como pela ausência de comprovação de trabalho lícito e residência fixa, entendo não ser recomendável a concessão de liberdade provisória”.
O juiz mandou ainda que ofício seja enviado a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) para informar que “o custodiado declarou não ter boa convivência na Penitenciária de Segurança Máxima”.
Além de responder pelo furto, ele também será processado por dano ao patrimônio.