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Capital

Santa Casa e prefeitura confirmam atraso em repasses

Médicos ortopedistas procuraram o Campo Grande News para denunciar que não recebem salário há três meses

Lucia Morel | 22/04/2020 14:54
Santa Casa e prefeitura confirmam atraso em repasses
O hospital apresentou o momento de pandemia do novo coronavírus como uma das razões que fazem haver dificuldades em se conseguir equilibrar os recursos. (Foto: Divulgação)


Tanto a ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), mantenedora da Santa Casa, quanto a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Campo Grande confirmaram atraso no repasse mensal ao hospital, fato que está causando atraso de três meses no pagamento de salários de médicos ortopedistas.

Em nota, a Sesau, através da prefeitura, informou que os repasses municipais à Santa Casa que estão em atraso são relativos aos meses de fevereiro e março, e referentes a “valor pré-fixado de serviços prestados pela associação ao SUS (Sistema Único de Saúde)”.

Assim, segundo a secretaria de saúde, tal repasse não está necessariamente vinculado ao pagamento dos funcionários do hospital. Até 2019, o repasse SUS à Santa Casa era de cerca de R$ 24 milhões ao mês, sendo R$ 4,5 milhões de responsabilidade da prefeitura, R$ 2 milhões do Estado e o restante, do governo federal.

Santa Casa – Também confirmando o atraso, o hospital apresentou o momento de pandemia do novo coronavírus como uma das razões que fazem haver dificuldades em se conseguir equilibrar os recursos.

“O atual presidente da ABCG, com apoio da diretoria corporativa, vem procurando meios de sanar os valores em atraso, com a urgência que o fato exige. Todavia, em razão da pandemia que assola o país, as ações nesse sentido esbarram em um ritmo anormal”, sustenta nota da entidade.

Tal realidade, além de dificultar “sobremaneira o planejamento financeiro e a busca de novos recursos”, também deve priorizar o atendimento de demandas coletivas ao invés das demandas individuais. “Nesse momento, de enfrentamento ao novo coronavírus para salvar vidas, o coletivo se sobrepõe ao particular”.

A entidade ressalta ainda que “os pagamentos em atraso estão sendo resolvidos de maneira gradual, dentro dos recursos que são repassados à instituição” e que “todos os funcionários contratados no regime CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) estão com os salários rigorosamente em dia”.

Confira a nota na íntegra:

A ABCG Santa Casa esclarece que os pagamentos em atraso estão sendo resolvidos de maneira gradual, dentro dos recursos que são repassados à instituição. Todos os funcionários contratados no regime CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) estão com os salários rigorosamente em dia. As dificuldades enfrentadas para o pagamento integral dos profissionais existem face a repasses contratuais em atraso, gerando um efeito cascata nos débitos mensais do hospital.

Não há a intenção de beneficiar alguns e prejudicar outros. O atual presidente da ABCG, com apoio da diretoria corporativa, vem procurando meios de sanar os valores em atraso, com a urgência que o fato exige. Todavia, em razão da pandemia que assola o país, as ações nesse sentido esbarram em um ritmo anormal, dificultando de sobremaneira o planejamento financeiro e a busca de novos recursos, situação essa que se agrava diante do aumento exorbitante no custo dos insumos e materiais hospitalares. Nesse momento, de enfrentamento ao novo coronavírus para salvar vidas, o coletivo se sobrepõe ao particular.

A Santa Casa existe para tratar de pessoas doentes e, logo, necessita de médicos, remédios, acomodações, alimentação e equipe de apoio, desde o mais simples trabalhador ao mais graduado. E, como não poderia ser diferente, o desafio maior da nova presidência é continuar levando à sociedade o melhor atendimento na área da saúde, o que só é possível com uma equipe de profissionais de qualidade e satisfeitos com a instituição onde laboram, o que inclui recebimentos em dia.

A ABCG não se furtará aos seus objetivos, servindo e gerindo com responsabilidade e respeito aos pacientes e funcionários, assim como a presidência da instituição não está inerte frente aos problemas e não medirá esforços para, dentro de um prazo razoável, adimplir os compromissos que tem para com seus profissionais.

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