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Capital

Sem condições de pagar advogado, pai de morto em show teme injustiça

"Eu imagino que eles vão querer jogar um pano em cima, soltar esse homem e deixar por isso mesmo", disse Ilso Nascimento

Luana Rodrigues | 28/09/2017 15:51
Adilson foi morto com tiro no peito em camarote de show. (Foto: Reprodução/Facebook)
Adilson foi morto com tiro no peito em camarote de show. (Foto: Reprodução/Facebook)

Ilso Nascimento de 58 anos, pai de três, perdeu o único filho homem que tinha. Era Adílson Silva Ferreira dos Santos, 23 anos, que foi morto com um tiro no peito, disparo pelo agente penitenciário federal Joseilton de Souza Cardoso, 34 anos.

O crime foi no último domingo (24) durante show no estacionamento do Shopping Bosque dos Ipês, em Campo Grande. Hoje, quinta-feira (28), o pai teme que o assassinato do filho fique impune, pois não tem condições de pagar um advogado como assistente da acusação.

“Ele (agente) tem condições de colocar advogado, os colegas fizeram até vaquinha, e a gente correu atrás de advogado, só que eles pedem um absurdo, R$ 25 mil para ajudar na acusação e não tenho como pagar”, disse o pai, que trabalha como caseiro em uma chácara de Campo Grande.

Ilso diz que não sabe como está a investigação do caso, mas desconfia que o agente não será punido. "Eu imagino que eles vão querer jogar um pano em cima, soltar esse homem e deixar por isso mesmo. A gente está acompanhando pele internet, mas eles não ligam pra gente, não falam nada”, disse.

Investigação caminhando – Procurado pelo Campo Grande News, o delegado que investiga o caso, Paulo Henrique Sá, da 3 ª delegacia de Polícia Civil, afirmou que a investigação está sim em andamento.

Conforme a autoridade, 18 pessoas já foram ouvidas, entre elas, seguranças, organizadores do evento e aqueles que apenas assistiam o show. “Prefiro não revelar o teor dos depoimento agora, para não influenciar outras pessoas que ainda devem ser ouvidas, mas estamos caminhando e acredito que já na semana que vem teremos uma conclusão do caso”, disse.

O delegado afirmou ainda que o agente já foi indiciado por homicídio doloso. O que falta para concluir o inquérito são os laudos necroscópico, do local de crime, de microcomparação balística – para saber se o projétil que ficou alojado no corpo da vítima saiu de fato da arma do agente e o toxicológico e de alcoolemia, feito a partir do sangue da vítima. O delegado também quer ouvir outras testemunhas.

Conforme Sá, com base nos depoimentos, uma das versões apresentadas pela família da vítima sobre as circunstâncias do crime já foi descartada: a de que a vítima teria tentado ajudar o agente pouco antes de ser morto.

“Várias testemunhas oculares dizem que essa versão inicial de que o agente estava no banheiro passando mal e o rapaz foi socorrer não aconteceu, por isso essa versão está descartada. O que elas contam é que houve uma luta corporal entre Adilson e joseilton e em seguida o tiro”, explica o delegado.

Joseilton foi preso em flagrante logo depois do crime e disse que agiu em legítima defesa. A pistola ponto 40 usada por ele foi apreendida.

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