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Capital

Polícia "caça" na internet testemunhas de assassinato de pedreiro em show

"Estamos convocando pessoas que fizeram declarações pelas redes sociais e todos aqueles que temos conhecimento que estiveram no local e presenciaram a situação", disse o delegado responsável pelo caso

Luana Rodrigues | 26/09/2017 18:25
O corpo caiu no pé da escada que dá acesso ao camarote (Foto: Direto das Ruas)
O corpo caiu no pé da escada que dá acesso ao camarote (Foto: Direto das Ruas)

Pelo menos 15 pessoas já foram ouvidas pela equipe da Polícia Civil que investiga a morte de Adílson Silva Ferreira dos Santos, 23 anos. O pedreiro foi morto no último domingo (24), por um tiro disparado pelo agente federal Joseilton de Souza Cardoso, 34 anos, durante show no estacionamento do Shopping Bosque dos Ipês, em Campo Grande. Até quem disse na internet que presenciou o crime está sendo convocado a depor.

“Já ouvimos seguranças e testemunhas que foram para assistir o show. Estamos convocando pessoas que fizeram declarações pelas redes sociais e todos que temos conhecimento que estiveram no local e presenciaram a situação. Não chegamos a nenhuma conclusão ainda, mas estamos apurando”, disse o delegado Paulo Henrique Sá, da 3ª delegacia de Polícia Civil.

Versão descartada - Conforme o delegado, com base nos depoimentos, uma das versões apresentadas pela família da vítima sobre as circunstâncias do crime já foi descartada: a de que a vítima teria tentado ajudar o agente pouco antes de ser morto.

“Várias testemunhas oculares dizem que essa versão inicial de que o agente estava no banheiro passando mal e o rapaz foi socorrer não aconteceu, por isso essa versão está descartada. O que elas contam é que houve uma luta corporal entre Adilson e joseilton e em seguida o tiro”, explica o delegado.

O SINAPF-MS (Sindicato dos Agentes Federais de Execução Penal em Mato Grosso do Sul) já havia contestado essa versão, ao afirmar que o agente penitenciário chamou a atenção do grupo que furava a fila do banheiro químico, por isso, ao voltar para o camarote, foi agredido com chutes e socos. “Diante da situação, que beirava o linchamento, o agente utilizou do único meio necessário para repelir a agressão e fez apenas um disparo”, disse em nota.

Laudos e testemunhas - Em meio a versões desencontradas sobre a morte, a Polícia Civil espera que quatro laudos feitos pela perícia, somados aos depoimentos de testemunhas, indiquem o que realmente aconteceu durante show.

Ainda segundo Paulo Sá, os laudos aguardados são o necroscópico, o do local de crime, de microcomparação balística – para saber se o projétil que ficou alojado no corpo da vítima saiu de fato da arma do agente e o toxicológico e de alcoolemia, feito a partir do sangue da vítima.

O agente penitenciário não passou por teste de bafômetro, nem exame de sangue, apenas corpo de delito. Segundo o delegado, ele não era obrigado a aceitar a realização dos testes, pois tem o direito de não produzir provas contra si.

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