ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 17º

Capital

A senha é preferencial, mas a demora, na prática, pode ser maior ainda

Luciana Brazil | 22/04/2012 14:19
Presidente do Sindnapi, Jânio Batista, acredita que o governo deve se organizar para garantir estatuto do idoso. (Foto: Pedro Peralta)
Presidente do Sindnapi, Jânio Batista, acredita que o governo deve se organizar para garantir estatuto do idoso. (Foto: Pedro Peralta)

Pegar uma senha preferencial em bancos ou ser atendido em um caixa preferencial de supermercado pode não ser muito vantajoso para quem tem direito de receber esse atendimento especial. As senhas preferenciais, que deveriam garantir agilidade e rapidez, se transformam, muitas vezes, em enfadonhas esperas, já que o número de caixas disponibilizados para esses atendimentos é mínimo.

As reclamações se espalham por todo país e em Mato Grosso do Sul não é diferente. Idosos ou deficientes que, além de terem direito garantido por lei, merecem ser atendidos de forma preferencial, esperam na fila por muito mais tempo do que os outros clientes, já que a quantidade de caixas “normais” é bem maior.

Em todo Estado são, aproximadamente, 310 mil aposentados e cerca de 70% desse total está em Campo Grande, segundo o presidente do Sindnapi/MS (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos de Mato Grosso do Sul), o professor aposentado Jânio Batista de Macedo, 53 anos. De acordo com ele, uma reunião entre o sindicato e a Fanaban (Federação Nacional dos Bancos) será realizada para discutir as queixas dos idosos.

Carlos Roberto enfrenta no ônibus a falta de respeito dos mais jovens. (Foto: Pedro Peralta)
Carlos Roberto enfrenta no ônibus a falta de respeito dos mais jovens. (Foto: Pedro Peralta)

“Quando minha filha vem comigo ao banco, eu pego uma senha preferencial e ela pega uma normal e várias vezes a senha que ela pegou é chamada antes da minha. Ou seja, isso faz com que se perca todo o sentido daquilo que a lei garante”, disse a aposentada Vera Lúcia de 74 anos.

A equipe do Campo Grande News acompanhou, na tarde de sexta-feira (20) algumas clientes de um banco movimentado de Campo Grande. Segundo os entrevistados que estavam com a senha preferencial, a situação é constrangedora nos dias em que há pagamento das aposentadorias. “Nos dias em que os aposentados recebem fica um monte de idoso esperando atendimento em um ou, no máximo, dois caixas, enquanto outras pessoas são atendidas bem mais rápido do que a gente”, afirmou o professor aposentado Nilson Rinos, 67 anos.

O presidente do Sindnapi explica que cada benefício recebe em um dia agendado do mês e que diante disso os bancos deveriam se organizar para agilizar o atendimento, além de aumentar o número de funcionários.

“Há 10 anos o governo não tinha data para pagar. Hoje o cenário é outro e é totalmente possível realizar essa organização interna”, frisou Macedo. Segundo ele, não só os bancos, mas os supermercados precisam se conscientizar do respeito com os idosos ou pessoas que precisem de atendimento preferencial.

O aposentado Carlos Roberto Pereira, 69 anos, que participa das atividades do sindicato, no bairro Maria Aparecida Pedrossian, garante que as pessoas têm até conhecimento do que é certo, mas ninguém põe em prática o respeito. Disposto e ainda ativo, Carlos Roberto realiza pagamentos de bancos para a associação de moradores do conjunto Maria Aparecida Pedrossian, além de outros serviços prestados para o Sindnapi. “No ônibus, muitas vezes eu preciso levantar para dar lugar a um deficiente físico porque os mais novos não levantam”, se indigna ele.

A opinião é unanimidade entre os aposentado. "Com certeza é preciso ter mais caixas. Da maneira como é feito retarda o atendimento", afirmou o aposentado Juarez Marques Batista.

Nos siga no Google Notícias