Serralheiro alega legítima defesa, mas é condenado a 11 anos por matar pedreiro
Crime aconteceu em março de 2018 no Bairro Jardim das Perdizes; vítima foi atingida por cinco tiros
O serralheiro Kassy Jhonny da Silvam, 24 anos, foi condenado a 11 anos, quatro meses e dois dias de prisão em regime fechado pelo assassinato do pedreiro Felipe Camargo. O crime aconteceu em março de 2018 no Bairro Jardim das Perdizes, em Campo Grande. Acusado passou por julgamento nesta quarta-feira (1°) e chegou a alegar legítima defesa.
Felipe foi atingido por cinco tiros, na mão direita, no abdômen, no cotovelo direito, na clavícula e nas costas. Ele morreu antes do socorro chegar. O crime aconteceu em frente à casa da vítima por volta das 3h do dia 11 de março daquele ano. Na ocasião, o suspeito fugiu e acabou se apresentando no dia seguinte na 4ª Delegacia de Polícia Civil.
Na ocasião, Kassy estava acompanhado pelo advogado e chegou a relatar ter sido ameaçado pela vítima e um adolescente. Segundo ele, Felipe chegou a efetuar disparos de arma de fogo contra ele e um colega, quatro meses antes do crime. O serralheiro chegou a ficar preso por duas semanas, período que vítima teria passado diariamente em frente à sua residência “de forma ameaçadora, com a mão na cintura”, disse em depoimento.
Em depoimento, o serralheiro afirmou que chegou a mudar de casa após ser solto, mas que a vítima teria descoberto e continuava a persegui-lo. Ele contou ainda que, um dia antes do crime, estava em uma conveniência com sua esposa na Avenida Guaicurus quando Felipe passou. Com medo, Kassy alegou que foi embora e logo depois pegou o carro de seu pai e foi a uma área de mata desenterrar um revolver calibre 38 para se defender.
Ele então saiu à procura de Felipe e o encontrou em uma rua perto da casa onde a vítima morava. No local, ele conta que chamou o pedreiro e perguntou se ele “ficaria na maldade ou iriam resolver a história”. A vítima teria dito que não ficaria de boa com o serralheiro e teria colocado a mão na cintura. Kassy então desceu do carro onde estava e deu os cinco tiros que mataram a vítima.
Na época ele foi ouvido e liberado e nesta quarta-feira passou por julgamento na 2ª Vara do Tribunal do Júri, onde foi condenado a 11 anos, quatro meses e dois dias de prisão, mais 20 dias de multa por homicídio privilegiado e porte ilegal de arma de fogo. A sentença é assinada pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos.