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Capital

Sobre gays, Dom Dimas repreende violência e ressalta importância da família

Arcebispo Dom Dimas se manifestou sobre temas relacionados à homossexualidade em vídeo publicado no YouTube

Adriano Fernandes | 22/10/2020 23:02
Arcebispo Dom Dimas em vídeo postado no YouTube. (Foto: Reprodução) 
Arcebispo Dom Dimas em vídeo postado no YouTube. (Foto: Reprodução)

Após a repercussão da fala do Papa Francisco sobre a união civil de homossexuais o arcebispo Dom Dimas também se manifestou sobre temas relacionados à homossexualidade em vídeo publicado no YouTube da Arquidiocese de Campo Grande, na noite desta quinta-feira (22). Em pouco mais de nove minutos o arcebispo falou sobre a importância do apoio da família aos homossexuais, repreendeu a violência contra essa população e até defendeu um estudo mais aprofundado da ciência, sem “conotações ideológicas” sobre o tema.

“Acho que é absolutamente ante-evangélico o que acontece com tantas pessoas homossexuais que são espancadas, torturadas e assassinadas pelo fato de serem homossexuais. Isso acontece em vários cantos do Brasil e do mundo”, pontuou.

Dom Dimas também defendeu que a homossexualidade deve, sim, ser cada vez mais debatida e até mesmo estudada pela ciência. “Mesmo a boa ciência ainda sabe relativamente pouco sobre esta realidade humana e, na verdade, por motivos ideológicos. Eu sinto que o caminho para uma investigação mais seria está fortemente obstaculizada", ele diz.

tempo, sim, de nós enfrentarmos essa problemática com seriedade, com serenidade, mas também com a devida cientificidade”, disse. Dom Dimas ainda completa. “Deve haver uma abertura cada vez mais leal, sincera, que permita a boa ciência, desprovida de conotações ideológicas, de investigar sempre mais este fenômeno humano, para que esses nossos irmãos que estão nessa condição, possam, realmente se conhecer, conhecer as origens da sua própria tendência, da sua própria situação, e, desta maneira tomarem as suas decisões da maneira mais consciente possível”, opina.

Os dizeres do Papa que motivaram a manifestação do arcebispo, nesta noite, vieram do documentário "Francesco" que entrou em cartaz na Itália ontem (21), no qual Francisco defende, entre diversos assuntos da atualidade, que os homossexuais não só tem o direito a família como precisam ser protegidos por leis de união civil.

No vídeo, Dom Dimas cita trecho do Amoris laetitia que é a exortação apostólica do próprio papa, publicado em 2016 onde Francisco já cobra a criação de leis que garantam o direito ao matrimonio civil de casais homossexuais. “É inaceitável que as igrejas locais sofram pressões nesta matéria, cabe aos organismos internacionais condicionar a ajuda financeira aos países pobres a introdução de leis que instituam o ‘matrimonio’ entre pessoas do mesmo sexo”, citou o arcebispo.

A respeito do apoio que as famílias devem dar aos seus integrantes homossexuais - outro tema citado por Papa Francisco no documentário e que foi amplamente divulgada em jornais e nas redes sociais -, Dom Dimas voltou a citar outro trecho da exortação apostólica.

“Cada pessoa, independente da própria orientação sexual, deve ser respeitada na sua dignidade e acolhida com respeito, procurando evitar qualquer sinal de discriminação injusta e particularmente de toda a forma de agressão e violência. Às famílias, por sua vez, devem se assegurar um respeitoso acompanhamento para que quanto aos que manifestam a tendência homossexual, possam dispor dos auxílios necessários para compreender e realizar plenamente a vontade de Deus na sua vida”, recita.

“O que o papa esta falando é justamente desta essa acolhida fraterna que é devida a todas as pessoas”, completa o arcebispo. Dom Dimas concluiu o vídeo dizendo que a fala do Papa sobre o acolhimento a homossexuais, reflete exatamente o que a igreja católica já prega sobre o assunto, desde a reformulação de seu Catecismo pelo papa João Paulo II, em 1992.

No decorrer do vídeo Dimas também cita trecho do Catecismo que fala sobre o tema.

“Um número não negligenciável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas. Eles devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus em sua vida e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da Cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição”, citou o arcebispo.

Clique aqui e confira o vídeo do arcebispo.

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