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Capital

Suspeito de arrombar 40 carros vivia em “fortaleza”

Edileno Araujo tinha até Vade Mecum de vítima em casa e se irritou com policiais: “cigarreiro sim, ladrão não”

Anahi Zurutuza e Natália Olliver | 30/05/2023 20:10
Casa na Vila Palmira onde vivia homem suspeito de furtar pelo menos 40 carros na Capital. (Foto: Alex Machado)
Casa na Vila Palmira onde vivia homem suspeito de furtar pelo menos 40 carros na Capital. (Foto: Alex Machado)

Preso nesta segunda-feira (29), suspeito de cometer pelo menos 40 arrombamentos de veículos este ano em Campo Grande morava em verdadeira fortaleza contra ladrões, na Vila Palmira, região do Santo Amaro. Conforme descreveu a Polícia Civil, a residência é equipada com “forte aporte de câmeras de segurança, cercas elétricas e travas do tipo tetra nos portões”.

No bairro, vizinhos não imaginavam a situação, até a chegada da polícia, na manhã de ontem. “Essa casa ficou um ano praticamente fechada. Não tinha movimentação estranha ali. Era uma família normal”, afirmou um vizinho, que pediu para não dar o nome.

Policiais da Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos) foram à casa de Edileno Araujo Trindade, 35, conhecido como “Alemão”, para cumprir mandados de busca e de prisão depois que notebooks furtados na Capital foram rastreados pelas vítimas e localizados naquele endereço.

Conforme registrado em relatório policial, o suspeito se irritou ao ser acusado de furtos. “Mostrou-se agressivo dizendo ser ‘cigarreiro’, ou seja, contrabandista de cigarros, e que ‘não mexia com furtos’”.

Edileno Araujo Trindade, 35, é conhecido como “Alemão” e tem ficha criminal extensa. (Foto: Reprodução do auto de prisão em flagrante)
Edileno Araujo Trindade, 35, é conhecido como “Alemão” e tem ficha criminal extensa. (Foto: Reprodução do auto de prisão em flagrante)

Mas, durante buscas, o primeiro objeto que policiais encontraram e que liga Edileno aos furtos, também por ironia do destino ou não, foi um Vade Mecum, considerada a “bíblia” dos advogados. O livro que reúne a legislação brasileira resumida estava assinado com o nome de uma das vítimas dos arrombamentos de veículos da Capital investigados pela Derf.

Ainda de acordo com o relatório da polícia, Edileno chegou a dizer que o livro era “problema da esposa”, mas diante da possibilidade de virar alvo, a mulher indicou à equipe de investigadores sítio no Assentamento Santa Mônica, onde poderia haver mais produtos de furtos que procuravam.

Numa casa abandonada, que policiais desconfiam ser usada como entreposto para contrabando, foi encontrado armamento ilegal – 1 pistola da marca Luger, modelo M90 e calibre 9 mm, e 3 carregadores de pistola da marca Glock, todos de calibre 9 mm.

Objetos apreendidos durante buscas. (Foto: Polícia Civil/Divulgação)
Objetos apreendidos durante buscas. (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

Em interrogatório, Alemão admitiu não ter a documentação das armas, negou que tivesse furtado notebooks cujos rastreadores apontaram para o endereço ligado a ele, mas confessou o arrombamento e furto de drones avaliados em R$ 30 mil, indicando para a polícia onde estavam os equipamentos, que foram recuperados.

O alvo da Derf utilizava um veículo GM Tracker branco para rodar por bairros da Capital com aglomerações de bares e restaurantes, escolhia carros estacionados, que possuíam objetos aparentes em seus assentos e tapetes, e os arrombava. Ainda conforme a investigação, ele usava lanterna para conseguir enxergar o interior dos veículos, agia em cerca de 15 minutos e chegou a praticar 8 furtos num só dia.

Edileno, segundo a Polícia Civil, já respondeu por tráfico de drogas, contrabando de cigarros, furto qualificado, receptação, posse de armas de fogo e outros.

Ele está preso em caráter preventivo (por tempo indeterminado), por força de mandado expedido pela 1º Vara Criminal da Capital, e, agora, também responde em flagrante delito, pela posse ilícita da arma e carregadores.

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