ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, QUARTA  01    CAMPO GRANDE 23º

Capital

Suspeito usava cartões virtuais clonados para aplicar golpe em joalherias

Preso, o Victor Rodrigues assumiu casos. Em um levou mais de R$ 13 mil em joias

Geisy Garnes | 19/05/2021 10:43
Peça de ouro vendida em uma das lojas vítima do golpe (Foto: Redes Sociais)
Peça de ouro vendida em uma das lojas vítima do golpe (Foto: Redes Sociais)

Policiais da Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos) prenderam nesta terça-feira (18) jovem de 28 anos apontado como autor de golpes a joalherias de Campo Grande. Victor Rodrigues de Lima Laurêncio comprava dados de moradores de outros estados, usava as informações para produzir cartões virtuais clonados e assim forjava o pagamento das joias negociadas.

O golpe começou a ser desvendado durante investigações da delegacia especializada sobre o roubo a uma joalheria da cidade. Durante a apuração, no entanto, os investigadores receberam informações sobre o estelionato. O primeiro caso foi registrado ainda em abril, no dia 23, em uma loja da Rua Dom Aquino.

O suspeito entrou em contato por telefone, interessado na compra de uma corrente, uma pulseira masculina e um pingente. Explicou que morava em Goiás, mas havia gostado das peças e tinha como pagar com cartões virtuais. O negócio foi fechado e as joias vendidas pelo valor de R$ 13.468,00 – compra que foi parcelada em 10 vezes.

Na hora do pagamento, o comprador enviou foto de vários cartões, apenas dois deles passaram. Em um foi descontado R$ 7 mil e no outro R$ 6.468,00. Os dados pessoais enviados por ele foram todos conferidos pela loja e nenhuma restrição foi encontrada, por isso, quando a pessoas que ele indicou, um jovem chamado Renato, apareceu no estabelecimento para buscas as joias, as funcionárias não viram problema em entregar a compra.

Mais tarde, ao lançar a venda no sistema, o proprietário do local estranhou a forma de pagamento e pediu para a vendedora conferir os depósitos com a empresa da máquina de cartões. Descobriram então que os cartões eram clonados, que o valor havia sido bloqueado e devolvido para os verdadeiros donos, que nunca negociaram com a loja.

O caso foi denunciado a polícia, mas para a surpresa dos funcionários o homem voltou a fazer contato com a loja no dia seguinte, com intenção de uma nova compra, o que foi negado. Por telefone, ele ficou nervoso e chegou a ameaçar ir ao local, mas não apareceu. Dias depois procurou novamente as vendedoras, desta vez se apresentando como uma mulher, mas com o mesmo número de telefone. Mais uma vez, a negociação foi recusada.

Com essas informações sobre o caso, os policiais visitaram outros estabelecimentos do centro e alertaram os funcionários sobre o golpe. Na manhã de ontem, outra loja do Centro recebeu a ligação do golpista. Desta vez, ele se apresentou como Raimundo, explicou que estava em Minas Gerais e precisava comprar um presente para o pai. Entre as peças, escolheu uma corrente e um pingente que somavam R$ 9.472,00.

Durante a negociação, o comprador pediu para pagar de forma virtual e a gerente do local lembrou do alerta dos policiais. Resolveu terminar a venda para ajudar nas investigações, aceitou os cartões clonados, confirmou o pagamento com dados errados e pediu para o suspeito enviar os documentos de quem iria buscas as peças escolhidas para ele.

O RG enviado foi o do Victor e assim que recebeu as informações, a gerente avisou a polícia. O rapaz buscava as joias quando foi abordado pelos investigadores da especializada e confessou os crimes. Em depoimento detalhou ter comprado os dados usados no cartão de um contato de São Paulo pelo valor de R$ 100. Explicou que conhecidos de Minas Gerais indicaram o suspeito e que só pagaria pelas informações quando conseguisse usar os cartões.

Contou ainda que é de Goiás e está em Mato Grosso do Sul há dois meses, mas já cumpriu pena por estelionato em presídio de Goiânia por 4 meses. Não relevou o nome dos comparsas, nem o que fez com as joias que levou no primeiro golpe.

Agora a polícia investiga a participação de Victor em outros casos. “Estamos cruzando as informações para ver se os outros golpes também podem ser atribuídos a eles”, relevou o delegado Reginaldo Salomão, titular da delegacia especializada.

Nos siga no Google Notícias