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Capital

Terceirizados voltam às ruas em protesto contra demissão de 4 mil

Funcionários pedem que decisão seja revista e desligamentos sejam pelo menos escalonados

Mayara Bueno e Yarima Mecchi | 18/12/2016 10:00
Manifestantes foram novamente às ruas pedindo para Justiça rever decisão sobre demissões. (Foto: Alcides Neto)
Manifestantes foram novamente às ruas pedindo para Justiça rever decisão sobre demissões. (Foto: Alcides Neto)

Terceirizados da prefeitura de Campo Grande, via convênios com as investigadas Omep (Organização Mundial pela Educação Pré-Escolar) e Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária, voltaram a protestar contra a demissão em massa e imediata, imposta pela Justiça. Cerca de 100 pessoas estão na Avenida Afonso Pena, com a Rua 14 de Julho, neste domingo (18).

Na tarde desta sexta-feira (16), a Prefeitura de Campo Grande publicou no Diário Oficial do Município o anúncio do rompimento imediato dos convênios com a Omep (Organização Mundial para a Educação Pré-escolar) e com a Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária, entidades que terceirizavam mão de obra e serviços para a administração municipal, mas que se afundaram em denúncias relacionadas à contratação de “fantasmas” e desvios de dinheiros dos cofres municipais.

Diante da situação, a Justiça determinou a suspensão imediata dos convênios e a demissão de pelo menos 4 mil funcionários. Com isso, terceirizados foram dispensados de seus locais de trabalho e hoje vivem incerteza.

Ângela Sara Araújo, psicóloga. Ciente de decisão, funcionária pede apenas que demissão seja escalonada. (Foto: Alcides Neto)
Ângela Sara Araújo, psicóloga. Ciente de decisão, funcionária pede apenas que demissão seja escalonada. (Foto: Alcides Neto)
Leide Moreira, 54 anos, funcionária do Cetremi, fechado ontem. (Foto: Alcides Neto)
Leide Moreira, 54 anos, funcionária do Cetremi, fechado ontem. (Foto: Alcides Neto)

Ângela Sara Araújo, 35 anos, atua como psicóloga há oito anos em um abrigo para crianças vítimas de violência. Ela foi contratada pela Seleta e hoje também pede que a decisão judicial que impõe demissão imediata seja revista. Nas ruas, os funcionários dizem, como forma de protesto, “juiz eu quero trabalhar”.

“Espero que a Justiça tenha bom senso, revogue essa decisão e faça as demissões de forma escalonada e humanizada, respeitando os usuários e os funcionários”, disse.

Segundo a funcionária, no dia da decisão a chefia do local onde trabalha reuniu a equipe informou que não era mais para trabalhar. Ciente da obrigação de demissão, Ângela defende apenas que os desligamentos sejam feitas de forma escalonada, como o mesmo juiz que agora impõe a demissão imediata tinha feito há quatro meses.

“Não assinamos nada, não tem rescisão, nem 13º”, disse Leide Moreira, 54 anos. Ela foi contratada para trabalhar no Cetremi (Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante), que acolhe moradores de rua e usuários de drogas, há dois anos e meio e foi informada de que não era mais trabalhar, mesmo sem ainda ter sido de fato demitida. “Temos que lutar. Não tenho mais idade para perder o emprego”, lamenta.

Somente lá no Cetremi, que ontem dispensou pelo menos 90 moradores de rua, havia 29 terceirizados, contratados via Omep e Seleta. O local atendia, segundo Leide, pelo menos 100 pessoas por dia, número que aumentava em dias de frio e chuva.

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